Já é possível apagar o que outros sites partilham com o Facebook

A informação disponível no separador “Actividade Fora do Facebook” inclui produtos pesquisados, páginas visitadas e compras feitas em sites que usam as ferramentas de análise de publicidade ou login da rede social.

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A funcionalidade foi apresentada por Mark Zuckerberg na conferência anual do Facebook, em 2018 EPA/Alberto Estevez

Já se pode apagar o que outros sites partilham com o Facebook. Por norma, a informação inclui as páginas e produtos que as pessoas vêem ou que compram em sites que usam ferramentas de publicidade do Facebook, ou onde as pessoas podem entrar com as credenciais da rede social. A novidade chega por ocasião do Dia Mundial da Protecção de Dados que se celebra esta terça-feira – está disponível no separador “Actividade Fora do Facebook”, no menu de definições da rede social.

Desde Agosto de 2019 que a rede social permite que os utilizadores de alguns países vejam o tipo de informação que outros sites partilham com a gigante tecnológica. Agora, além da ferramenta passar a estar disponível a nível mundial, passa a ser possível apagar a informação. Para Mark Zuckerberg, a novidade representa “um novo nível de privacidade e controlo”. Numa publicação a propósito to Dia Mundial para a Protecção de Dados, o presidente executivo da rede social admitiu que a ferramenta é algo em que estavam a trabalhar há vários meses.

O conceito funciona graças a ferramentas como o kit de login do Facebook (que permite que os utilizadores possam usar as credenciais da rede social para utilizar outros sites) e o Facebook Pixel, ferramenta de análise lançada pela rede social em 2015 que permite aos sites medir e aumentar a eficácia da publicidade que têm na rede social, ao mostrar publicidade sobre páginas específicas que os utilizadores visitaram. Também permite criar ofertas personalizadas, como descontos em produtos que foram pesquisados pelos utilizadores.

O Facebook diz que a ferramenta nunca foi um segredo, já que as empresas que o usam têm de avisar os utilizadores que o estão a fazer. Só que muitas vezes a informação não era apresentada de forma óbvia.

Muitas pessoas só deram conta da existência do Facebook Pixel depois do escândalo de privacidade Cambridge Analytica, em que se descobriu que dados de milhões de cidadãos de todo o mundo foram recolhidos pelo Facebook e usados de forma abusiva para campanhas políticas. Foi a controvérsia que se seguiu que levou Mark Zuckerberg a prometer a criação de uma ferramenta como a “Actividade Fora do Facebook”, na edição de 2018 do F8, a conferência anual do Facebook para programadores. 

O presidente executivo da rede social justifica a demora na criação devido à complexidade do processo que obrigou a rede social a reorganizar a forma como recebia informação.

Uma questão de controlo

Um dos objectivos da nova plataforma do Facebook é educar os utilizadores sobre este tipo de funcionalidades, e também oferecer mais controlo. Além de apagar o histórico, o Facebook também permite impedir sites específicos (por exemplo o LinkedIn ou o Zomato) de partilhar informação com a rede social ou “desligar” a funcionalidade do Facebook Pixel por completo. Desta forma, o Facebook deixa de saber as páginas específicas que cada utilizador visita num site, e o utilizador deixa de receber publicidade personalizada.

Ao fazer isto, porém, o utilizador deixa de poder entrar noutros sites com as credenciais no Facebook. Só que o número de anúncios apresentados pelo Facebook mantém-se  – a fonte de informação é que será outra. “Vai ver a mesma quantidade de publicidade. As preferências e acções realizadas enquanto o utilizador está no Facebook serão utilizadas para mostrar uma selecção de anúncios relevantes”, lê-se numa mensagem de alerta da rede social quando se tenta desligar a funcionalidade do Facebook Pixel.

A partir desta terça-feira a rede social também vai enviar lembretes a todos os utilizadores para motivá-los a rever as definições de segurança da rede social. A ideia é apresentar as novas ferramentas de privacidade e facilitar o seu uso. O Google também está a apresentar lembretes deste género no motor de busca.

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