O Sol ao pormenor: nunca vimos a estrela em tanto detalhe

As imagens revelam que a superfície solar apresenta estruturas semelhantes a células — cada uma aproximadamente do tamanho de França.

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Imagem captada pelo telescópio solar Daniel K. Inouye Fundação Nacional da Ciência dos EUA

Fala-se em Sol e imediatamente visualizamos uma bola gigante de fogo de cor amarela ou alaranjada. Mas, na realidade, pouco se sabia sobre a superfície desta estrela até agora.

O telescópio solar Daniel K. Inouye — o maior telescópio solar do mundo —, instalado no Havai (EUA), conseguiu captar imagens detalhadas da superfície do Sol, divulgadas esta quarta-feira pela Fundação Nacional da Ciência (FNC) dos Estados Unidos. Estas foram as primeiras imagens obtidas através do novo telescópio e mostram uma superfície coberta por plasma, ou seja, por gás ionizado formado a altas temperaturas.

“Estas são as imagens com maior resolução da superfície solar já captadas”, afirmou Thomas Rimmele, responsável pelo projecto do telescópio solar Inouye. “O que pensávamos anteriormente que se parecia com um ponto brilhante — uma estrutura — mostra agora dividir-se em muitas estruturas menores”, acrescentou citado pelo Guardian.

As imagens revelam que a superfície solar apresenta estruturas semelhantes a células — cada uma destas estruturas é aproximadamente do tamanho de França. Além disso, é possível ver a existência de colunas de plasma, que se assemelham a pontos brilhantes no centro de cada estrutura e que são prova da violenta libertação de calor do interior do Sol para a sua superfície.

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Fundação Nacional da Ciência dos EUA

Os detalhes agora divulgados permitirão melhorar o conhecimento sobre o Sol e prever com maior precisão o seu ciclo de actividade, assim como, por exemplo, as tempestades solares, explica o director da FNC, France Córdova, em comunicado.

Além do telescópio Inouye, a sonda norte-americana Parker Solar Probe, em órbita desde 2018, tem vindo também a estudar o Sol, tendo sido divulgados, em Dezembro passado, os primeiros dados recolhidos por esta sonda.

Está também previsto o lançamento do satélite europeu Solar Orbiter, a 8 de Fevereiro, um satélite com mão portuguesa que vai “fotografar” os pólos solares pela primeira vez.

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