Câmara de Viseu inaugura este ano o Museu Keil do Amaral

O museu percorre vários séculos, desde Alfredo Keil a Leonor Keil, disse o vereador da Cultura, lembrando o autor do hino “A Portuguesa” e a bailarina internacional.

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daniel rocha

A Câmara de Viseu vai inaugurar este ano o museu dedicado à família Keil do Amaral, anunciou nesta terça-feira o presidente da autarquia, aquando da apresentação da programação anual da rede museológica municipal.

“A data da inauguração ainda não está definida e gostaria que fosse no Dia Internacional dos Museus [18 de maio], mas, se não for, será este ano com toda a certeza que abriremos na casa da Calçada o Museu Keil do Amaral”, anunciou António Almeida Henriques.

O autarca explicou que a obra da reconstrução da Casa da Calçada, no centro histórico da cidade, ainda não foi entregue à Câmara, “o que deverá acontecer nos próximos dias”.

Este museu, que será o oitavo a integrar a rede de museus municipais, é uma promessa que Almeida Henriques herdou, uma vez que, no seu entender, “é uma herança do anterior executivo”, de Fernando Ruas, “que foi muito bem acolhida, porque é uma boa herança”.

“Será um museu de família. É um museu que percorre dois séculos, quase três. É uma viagem biográfica entre um conjunto de artistas da família Keil do Amaral, entre os séculos XVIII e XXI, e que vai desde Alfredo Keil a Leonor Keil”, desvendou o vereador da Cultura, lembrando o autor do hino “A Portuguesa” e a bailarina internacional.

Jorge Sobrado acrescentou que o museu contemplará “algum espólio da família” e o espaço apresenta “várias gerações de artistas desde pintores, escultores, músicos, arquitectos, bailarinos e coreógrafos”, o que traduz “uma viagem pela história artística de uma família muito importante das artes portuguesas, contemporânea e moderna”.

“Ao mesmo tempo que é uma viagem pela história da família Keil do Amaral, é também um testemunho da própria história da arte em Portugal, até porque muitos elementos desta família foram vanguardistas na história da arte portuguesa”, contou.

António Almeida Henriques anunciava a criação do novo museu municipal, o oitavo da rede que contempla quatro espaços na área urbana e três em freguesias rurais do concelho, no dia em que, juntamente com o vereador da Cultura, apresentava a programação anual da rede museológica.

Entre as actividades anunciadas, este ano com um foco no cinema e fotografia, uma vez que é o tema escolhido pela autarquia para se celebrar em Viseu, haverá conferências, oficinas, “safaris e concursos fotográficos” e 24 exposições, “muitas delas de fotografias”, como a de Samuel Almeida, sobre o escritor Aquilino Ribeiro.

Carlos Magno, Pedro Cabrita Reis, Maria Jesus Agra Pardiñas, Rosário Pinheiro, Jorge do Carmo, Rogério Seabra Cardoso e Ana Verónica são outros nomes de artistas viseenses e não só a apresentar as suas artes em 2020 nos museus municipais.

Entre as outras novidades apresentadas pela autarquia está o inventário do acervo museológico da rede municipal, que “deixou de estar registado em folhas soltas, para estar informatizado, garantindo assim um controlo sobre o património municipal”.

O vereador disse ainda que também será apresentado em 2020 o Entre Museus, um “novo serviço de mediação com as escolas, e não só”, que terá uma sede na Quinta da Cruz, mas que “será transversal aos oito museus e terá toda a oferta educativa e será um ponto permanente das actividades de cada museu”.