Portugal vende cinco F-16 à Roménia por 130 milhões de euros
Romenos estão interessados na indústria têxtil militar e na cooperação para a construção de navios em ambos os países.
O Ministério da Defesa Nacional oficializou esta segunda-feira, na Base Aérea de Monte Real, no distrito de Leiria, a venda de cinco aviões militares F 16 à Roménia, num negócio de 130 milhões de euros.
“Com este processo estamos, não só alienar aeronaves, como a estabelecer um relacionamento muito estreito de colaboração com a Força Aérea romena, com os pilotos e toda a equipa de manutenção”, salientou o ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho.
Em declarações aos jornalistas, após uma curta cerimónia protocolar em que esteve o ministro da Defesa da Roménia, o governante português salientou que os caças vendidos estavam ao serviço, mas que de acordo com a análise que é feita no sistema nacional de forças “podem ser alienadas”.
Segundo João Gomes Cravinho, as aeronaves vão ser alvo de um processo de modernização e actualização nas OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, e as primeiras duas serão entregues em Junho. De acordo com o ministro, em Outubro serão entregues mais duas e a quinta será no início de 2021
O negócio de 130 milhões de euros inclui, além dos caças F 16, a reconversão técnica para as especificações romenas e o trabalho da Força Aérea portuguesa na Roménia para transmissão de informações e manutenção.
Gomes Cravinho adiantou ainda que os dois países vão trabalhar em conjunto no âmbito da NATO e da União Europeia e que está a ser estudada o reforço de cooperação com a Roménia num conjunto de áreas.
“A Roménia está interessada na nossa indústria têxtil, que têm fornecido as nossas Forças Armadas, e falámos também da possibilidade de trabalho conjunto no GEOMETOC - Centro de excelência da Nato em Portugal, do centro de excelência da Roménia sobre inteligência humana, que interessa a Portugal, e de colaboração no âmbito do espaço”, referiu.
O governante referiu também que os dois países sentem necessidade “de reforçar as suas capacidades navais, com construção de navios em Portugal e na Roménia”.
Sobre a possibilidade da Base Área de Monte Real ser aberta à aviação civil, tema que foi debatido na discussão do Orçamento de Estado, o ministro não adiantou pormenores. No entanto, disse que o Ministério da Defesa está aberto a discutir a matéria, “que vai muito além da dimensão estrita de Monte Real ou da Força Aérea, porque tem a ver com o dispositivo de grandes infra-estruturas e aeroportos a nível nacional”.
“Obviamente que as necessidades militares têm de estar sempre em primeiro lugar e devidamente acauteladas, bem como toda a parte relativa à infra-estruturação de Monte Real, que precisaria de ser revista, mas como disse isto tem de ser equacionado num contexto muito mais amplo”, sublinhou.