Nuno Melo desfaz tabu e apoia João Almeida
Eurodeputado retira da votação a sua moção de estratégia e apela à unidade. Mas garante que o líder tem que ser deputado.
Na apresentação final da sua moção de estratégia, este sábado, no 28.º Congresso do CDS, em Aveiro, Nuno Melo desistiu de ir a votos e declarou o apoio a João Almeida, apelando a que haja entendimento entre este candidato a presidente do partido e outros dois candidatos: Francisco Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos. Quando Nuno Melo falou e apoiou Almeida, já Abel Matos Alves, Carlos Meira, Pedro Borges Lemos e Miguel Matos Chaves e a Juventude Centrista tinham decidido apoiar Rodrigues dos Santos.
Nuno Melo anunciou que decidiu não integrar nenhum órgão de direcção nos próximos dois anos e declarou que, se há quem no CDS queira “uma limpeza”, tem a sua cabeça: “Serei Egas Moniz (…) Já fui general, agora serei um soldado.”
O apoio de Nuno Melo a João Almeida foi justificado com o facto de este ser deputado: “Entendo que é determinante que presidente do meu partido possa debater cara a cara com o dr. António Costa.” Mas o apelo à unidade foi a tónica do discurso de Melo. “O CDS só pode ser com todos”, justificou, insistindo que o partido “é muito mais que o perfil” do “rancor ou da tendência”.
Melo defendeu ainda que o CDS “foi sempre institucionalismo, categoria, respeito, a começar pelos adversários”, mesmo os internos. E assumindo Adriano Moreira como uma das suas referências, lembrou que ele “também teve os seus carrascos”. Para garantir: “Os meus adversários políticos são o PS, o PCP e, mais recentemente, o BE.” Para logo a seguir criticar os ataques internos, dando como exemplo o facto de Cecília Meireles ter sido “chamada nas redes sociais de Cecília Mortágua”.
Referindo-se às europeias e às legislativas, Nuno Melo assumiu que o resultado “não foi, realmente, extraordinário”. Mas garantiu: “Não foi por falta de empenho.” E afirmou que não esquece assunção Cristas - “tão fácil de esquecer hoje” - para sublinhar: “Cometeu erros, certamente, mas quem não os comete.”