Fenprof sai da reunião com ministro sem “uma única resposta”

Reacções dos sindicalistas às reuniões desta quarta-feira com o ministro da Educação não foram unânimes.

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Mário Nogueira mantêm convocação da greve para 31 de Janeiro MIGUEL MANSO

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) não espera soluções para os problemas dos professores e da educação tão cedo, afirmou o seu líder, Mário Nogueira, à saída de uma reunião com o ministro da Educação, que segundo disse não deu “uma única resposta” aos docentes.

“Se entrámos aqui com algumas preocupações, saímos com as mesmas e, nalguns casos, até com preocupações acrescidas, porque não houve respostas”, disse.

Nesta quarta-feira, o ministro da Educação reuniu com os sindicatos de professores pela primeira vez nesta legislatura. De manhã coube a vez aos 10 sindicatos independentes. Da parte da tarde à Federação Nacional de Educação (FNE, afecta à UGT) e a Federação Nacional de Professores (Fenprof, ligada à CGTP).

Ao final da manhã, o dirigente do novo Sindicato Nacional de Professores (Stop), André Pestana, classificou o encontro como “uma desilusão”, acrescentando que o ministro praticamente não respondera a nenhuma das questões colocadas. A meio da tarde, o líder da FNE João Dias da Silva informou que Tiago Brandão Rodrigues se manifestara disponível para ouvir os professores sobre a organização do próximo ano lectivo. A seguir à última sessão, Mário Nogueira lamentou a postura do ministro. 

Em declarações aos jornalistas, Nogueira lamentou que o ministro não tenha adiantado esclarecimentos sobre as prioridades para esta legislatura e sobre a concretização de algumas intenções que já foram anunciadas, apesar de Tiago Brandão Rodrigues ter insistido na abertura do Governo para o diálogo.

“O que nos parece é que o senhor ministro considera que o diálogo e a negociação têm que decorrer de acordo com as regras que são impostas pelo ministério”, reagiu o sindicalista.

Segundo o secretário-geral da Fenprof, a prioridade para a educação deve passar por tornar a profissão de docente atractiva, acrescentando que a falta de professores nas escolas é uma tendência que se está a generalizar e que “se é para continuar assim, a escola vai sofrer”.

Mário Nogueira adiantou ainda que a Fenprof vai manter a greve nacional de professores e educadores no 31 de Janeiro e a participação no protesto da função pública, marcado para o mesmo dia, acrescentando que os docentes se vão reunir num plenário nacional no dia 12 de Fevereiro para discutir o Orçamento do Estado.

“Para podermos ter respostas, por parte do ministério, que vão ao encontro dos anseios dos professores e daquilo que é necessário para que as escolas possam organizar-se e possam funcionar bem, os professores vão ter de lutar por isso”, sublinhou.

A Fenprof foi a última estrutura sindical de professores ouvida por Tiago Brandão Rodrigues.