A máfia somos nós
Vinte anos depois, rever os 86 episódios de Os Sopranos é ter uma imagem de conjunto de uma narrativa sobre a inevitabilidade da mudança e a resistência a essa mesma mudança: tudo muda para que tudo fique igual.
Há aquela célebre frase que diz que nunca se deve voltar ao sítio onde fomos felizes. Porquê, então, voltar, 20 anos depois, a Os Sopranos, a série que “inaugurou”, em 1999, a nova “idade de ouro” da televisão, cujo sucesso nos levou ao actual momento de peak TV onde há mais séries do que tempo para as ver? Talvez porque a criação de David Chase para a HBO sobre a família mafiosa da Nova Jérsia continue a ser um exemplo. Acabou quando tinha de acabar e resistiu à tentação das sequelas (embora vá haver, este ano, uma prequela em grande ecrã, The Many Saints of Newark, sobre Tony Soprano jovem). Lançou uma geração de showrunners e argumentistas (Matthew Weiner de Mad Men e Terence Winter de Boardwalk Empire ganharam aqui tarimba). Soube jogar com o estereótipo do mafioso americano sem se deixar afundar nele.
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