Autoridades Judiciárias de Mónaco estão a investigar ex-presidente de Angola

José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos e Sindika Dokolo estão a ser investigados por suspeita de crime de branqueamento de capitais.

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Hugo Correia

Os elevados montantes financeiros que foram depositados pelo ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, em instituições financeiras do principado do Mónaco originou a abertura de uma investigação por parte das autoridades judiciárias monegascas. A notícia faz este sábado a manchete do semanário Expresso, que adianta que as investigações já decorrem há alguns meses.

O jornal cita fonte da Interpol, adiantando ainda que o caso terá adquirido nova força na sequência das acusações feitas pelo Tribunal Provincial de Luanda, apontando um rol de alegados crimes atribuídos a Isabel dos Santos e marido durante o período em que o pai foi Presidente de Angola. O Expresso cita ainda o procurador-geral da República de Angola, Hélder Pita Gróz, a confirmar que vai dar “colaboração efectiva à Interpol” na investigação. 

Por enquanto, esta é a única entidade oficial que confirma a existência da investigação, e garante a colaboração efectiva. O semanário diz que a generalidade da classe política angolana foi apanhada de surpresa, mas que em alguns meios já se sabia que as autoridades judiciais do Mónaco estavam no encalço dos movimentos financeiros da família de Eduardo dos Santos.

No ano passado as autoridades de Angola terão recebido um pedido de informação do Bureau Central National (BCN) da Interpol no Mónaco, através do qual a Procuradoria-Geral do principado do Mónaco solicitava às autoridades angolanas informações relacionadas com o antigo Presidente de Angola, e sua filha, tentando saber se os mesmos foram submetidos a procedimento criminal e, em caso afirmativo, se foram julgados e condenados pela Justiça angolana.

O Tribunal Provincial de Luanda actuou a pedido do Ministério Público angolano, decretando o arresto das contas bancárias de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, bem como as suas participações sociais em nove empresas por prejuízos ao Estado de quase 1137 milhões de dólares (mais de mil milhões de euros). 

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