O presidente da Câmara de Vila Real disse esta sexta-feira que o município quer atingir, até ao final de 2020, o objectivo de plantar “um milhão de árvores” no concelho, principalmente, nas áreas afectadas pelos incêndios. “Temos a perspectiva de, até ao final deste ano, termos aproximadamente um milhão de árvores plantadas no concelho, em resultado de múltiplas parcerias”, afirmou Rui Santos, que falava a propósito de uma acção de plantação de árvores que decorreu na serra do Marão, freguesia da Campeã.
Foi há seis anos, em 2014, que o município assumiu o objectivo de atingir a meta de “um milhão de árvores plantadas” no concelho, principalmente em zonas afectadas por incêndios florestais. Na serra do Marão está a decorrer a plantação de cerca de 4.000 árvores de espécies autóctones como carvalhos, pinheiro bravo e bétulas, uma acção que se realiza no âmbito do programa Floresta Comum.
“A Câmara de Vila Real tem aderido anualmente a este programa desde o ano 2014, procedendo à plantação de espécies autóctones em vários espaços municipais, em estreita parceria com as juntas de freguesia e conselhos directivos dos baldios”, salientou. Estas acções de reflorestação realizam-se também em parceria com a Quercus, entidades bancárias e Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Recentemente o município procedeu ao abate de cerca de 50 árvores na principal avenida da cidade, a Carvalho Araújo, uma iniciativa que decorreu no âmbito do projecto de requalificação do espaço urbano e que gerou uma onda de críticas e muita polémica. “As árvores que hoje plantamos não são uma compensação. São sim a normalidade da autarquia de Vila Real que, ano após ano, investe e investe muito no âmbito da biodiversidade”, afirmou Rui Santos.
“Curiosamente” no dia seguinte ao abate, segundo o autarca, estavam a ser plantados 336 pinheiros, no baldio de Benagouro, numa acção conjunta entre o município e o Banco Santander. “Hoje estamos a plantar mais 4.000 na Campeã. Se alerto para estes factos é apenas para desmistificar algumas afirmações que alegam que o município de Vila Real não gosta da natureza. Na própria avenida serão plantadas 76 árvores”, sublinhou.
O autarca justificou que, “por vezes, no espaço urbano, é necessário podar as árvores ou retirar algumas árvores por questões de segurança ou por necessidade de adaptação do urbanismo às novas necessidades de mobilidade e inclusão”. “Não significa que não gostemos da natureza nem dá o direito ao insulto e à ofensa, é apenas um acto de gestão a bem dos nossos concidadãos e do espaço público”, salientou.
O abate das árvores estava contemplado no projecto que esteve em exposição e foi alvo de debates públicos realizados na cidade. O projecto da avenida Carvalho Araújo está incluído no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Vila Real que prevê um investimento global de 17,2 milhões de euros, financiados em 75% por fundos comunitários, e deverá estar concluído em 2022. Para a intervenção na avenida vão ser direccionados cerca de dois milhões de euros. A obra deverá estar concluída em 15 meses.