Rio não responde a alegadas irregularidades e apela a que debate não caia na lama

“A campanha não é fácil (...). Quando não se tem grande estofo, procura-se fazer uma política de casos e isso, se leva o adversário a responder (...), leva o debate à lama, rasteiro”, afirmou.

Foto
Rui Rio LUSA/HUGO DELGADO

O candidato à presidência do PSD Rui Rio não respondeu às acusações de Luís Montenegro sobre alegadas irregularidades em Freixo de Espada à Cinta durante a primeira volta das directas, apelando a que o debate não caia na “lama”.

A candidatura de Luís Montenegro pediu nesta quinta-feira ao Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do PSD que abra imediatamente um inquérito sobre alegadas irregularidades em Freixo de Espada à Cinta na primeira volta das directas relatadas pelo Observador.

O actual presidente social-democrata não se quis pronunciar concretamente sobre o caso noticiado pelo jornal, que levou a que o seu adversário, Luís Montenegro pedisse a intervenção do Conselho de Jurisdição.

Segundo o vencedor da primeira volta, “durante esta semana obviamente que a campanha não é fácil, já se tem dois meses, é preciso ter algum estofo para fazer estes dias”. “Quando não se tem grande estofo procura-se fazer uma política de casos e isso, se leva o adversário a responder (...),leva o debate à lama, rasteiro”, afirmou.

Em comunicado, a candidatura de Montenegro pediu hoje que, se forem confirmados os factos relatados na notícia - de militantes que terão votado sem sair de casa -, "seja declarado inválido” o escrutínio da secção de Freixo de Espada a Cinta (Bragança), onde votaram 25 dos 26 militantes inscritos e todos no atual presidente Rui Rio. “Deixar claro, no plano político, que o candidato Rui Rio está permanentemente a falar de ética relativamente aos outros, mas pactua com comportamentos inaceitáveis em benefício da sua candidatura”, refere a candidatura, que pede ao CJN que actue “de imediato” sobre os responsáveis de “tão grave violação das regras democráticas”.

O Observador identificou pelo menos dois militantes que, não podendo sair de casa, terão dito ao mandatário local de Rui Rio, Ricardo Madeira, para “fazer o risquinho onde quisesse”. Ao mesmo jornal, o presidente da secção disse desconhecer o que se passou.

O regulamento da eleição do presidente da Comissão Política Nacional determina que “o exercício de voto não é delegável, nem pode ser efectuado por correspondência”.

Rui Rio e Luís Montenegro disputam no sábado a segunda volta das eleições directas para escolher o próximo líder do PSD.

O actual presidente do PSD foi o candidato mais votado na primeira volta das directas com 49,02% dos votos expressos, enquanto o antigo líder parlamentar conseguiu 41,42%. Miguel Pinto Luz, o terceiro candidato mais votado, obteve 9,55% (3030 votos) e ficou fora da segunda volta.