Design
Manuel Lapa, “senhor Da Luz e Das Sombras”, em exposição em Matosinhos
Traçou Portugal, um país de turismo, costumes populares e História — ou, pelo menos, era assim que o desenhava Manuel Lapa (Lisboa, 1914-1979) ao serviço do Estado Novo. Director artístico da Exposição do Mundo Português (1940), monumental obra de propaganda do regime, é "um dos mais fascinantes artistas gráficos portugueses dos meados do século XX", elege-o Jorge Silva, curador da exposição Da Luz e das Sombras, patente até 22 de Março na Casa do Design de Matosinhos.
É uma visita (com entrada livre) por 156 peças, entre desenhos, maquetas, cartazes, livros e revistas que moldaram "uma boa parte da nossa história visual contemporânea", apresentava-a Jorge Silva, designer de comunicação, investigador, coleccionador e desenhador dos suplementos do PÚBLICO Ípsilon e Mil Folhas (já extinto), aquando da estreia da exposição em 2019, na Festa de Ilustração de Setúbal. "Em todos os registos, Lapa modela esculturas gráficas a luz e sombra, atingindo o máximo esplendor na descrição de banais arquiteturas, profanas ou religiosas, ou no portentoso animalário continental e ultramarino que traçou para a revista Diana, ao longo da década de 50", escreve. É, por isso, o "senhor da luz e das sombras".