Piloto holandês em estado crítico após queda no Dakar
O piloto português Mário Patrão foi o primeiro a prestar auxílio ao acidentado.
O piloto holandês Edwin Straver (KTM) ficou nesta quinta-feira em estado crítico depois de sofrer uma queda no decurso da 11.ª das 12 etapas do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita.
O piloto português Mário Patrão (KTM) foi o primeiro a parar e a chamar ajuda para auxiliar Edwin Straver.
Vencedor da categoria Original by Motul em 2019, para amadores, o motard holandês foi encontrado inanimado ao quilómetro 120 dos 379 previstos.
“Estava a ir no meu ritmo e ao quilómetro 120, enquanto estava a tentar encontrar um waypoint [ponto de passagem obrigatória], vi um piloto caído, chamei de imediato a equipa médica e estive a prestar auxílio até à sua chegada. Senti a pulsação no pescoço dele assim que me aproximei, mas, de repente, deixei de sentir”, contou o piloto de Seia no final da tirada.
Estado muito crítico
Edwin Straver esteve em paragem cardíaca durante dez minutos antes de ser reanimado pelos médicos da prova, que, entretanto, chegaram ao local.
“Foram os dez minutos mais longos da minha vida”, confessou Mário Patrão, que só saiu “quando o entubaram e o levaram”.
O piloto holandês foi transportado de helicóptero para o hospital, onde lhe foi detectada uma vértebra partida. O seu estado é considerado crítico.
“Percebi que era muito grave. Ainda tinha pela frente 250 quilómetros de especial para fazer, mas estava psicologicamente arrasado com o que tinha acabado de suceder, e o meu corpo não queria avançar. Subi para a moto sem saber como estaria o Edwin. Felizmente consegui terminar e chegar ao bivouac”, concluiu Mário Patrão, que hoje foi 42.º, classificação que deverá ser corrigida depois de retirado o tempo em que esteve parado a prestar assistência ao concorrente holandês.
Um Dakar perigoso
A edição deste ano do Dakar já ficou ensombrada pela morte do piloto português Paulo Gonçalves. Durante a 7.ª etapa da prova, uma queda ao quilómetro 276 da tirada tirou a vida ao português de 40 anos. Gonçalves foi encontrado pela equipa médica inconsciente e em paragem cardiorrespiratória. O alerta foi dado às 10h08 horas locais, menos três em Lisboa, e foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10h16. Após sucessivas tentativas de reanimação, o óbito foi declarado no hospital de Layla, na Arábia Saudita.
No total, e contabilizando já a morte de Paulo Gonçalves, o rali Dakar tirou a vida a 75 pessoas. Só entre pilotos foram 30 os que não regressaram a casa.