Equipa do Porto identifica moléculas que ajudam a diagnosticar asma em crianças

Estudo analisou 186 crianças de 20 escolas primárias públicas da cidade do Porto.

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Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) identificaram um grupo de moléculas que “ajudam a diagnosticar” a asma em crianças e podem contribuir para um “tratamento mais personalizado” da doença.

Publicado na revista científica PLOS ONE, o estudo surgiu da “necessidade de encontrar biomarcadores que diagnosticassem adequadamente as crianças com asma”, disse esta quinta-feira à agência Lusa Francisca Mendes, investigadora do ISPUP.

Apesar de ser “escassa a investigação” sobre o papel dos micro-ARN – moléculas de ARN que existem no organismo e modulam a maioria dos processos biológicos – como potenciais biomarcadores para diagnosticar a asma, foi neles que a investigação se centrou.

Os investigadores avaliaram 186 crianças, entre os sete e 12 anos, de 20 escolas primárias públicas da cidade do Porto, com o intuito de perceber se estas moléculas estavam associadas à presença de sintomas de asma.

“Ao analisar individualmente os micro-ARN, verificámos que estes estavam associados, negativa ou positivamente, a alguns fenótipos, nomeadamente à presença de sintomas de asma nos últimos 12 meses e também à presença de sintomas respiratórios nos últimos três meses, como a tosse irritativa e a dificuldade em respirar”, explicou a investigadora.

A investigadora afirmou ainda que o estudo, ao mostrar que a análise de microARN no “condensado do ar exalado de crianças” é “um método simples, seguro e não invasivo”, revela que estas moléculas podem ser usadas como “potenciais biomarcadores da asma”. Dessa forma, podem orientar o tratamento de forma mais personalizada. Esta investigação, ao centrar-se na medicina de precisão, pode assim ser um contributo para auxiliar os médicos a “ajustar” as terapêuticas ao doente.