Construção do novo hospital da Madeira arranca este ano
Obra está orçamentada em 352 milhões de euros, e será co-financiada em 50% pelo Estado.
Duas décadas depois de ter sido idealizado. Quinze anos depois da primeira expropriação. Oito anos depois de ter visto a construção suspensa, o novo Hospital Central do Funchal foi esta terça-feira apresentado.
A infra-estrutura, que entre construção, equipamentos e expropriações, ascende aos 352 milhões de euros, é co-financiada pelo Estado em 50%. Foi essa garantia, no Orçamento de Estado para 2020 consta uma verba de 17 milhões para o arranque da obra, que viabilizou o arranque do investimento, e fez também que os três deputados do PSD-Madeira se abstivessem esta tarde na votação na generalidade do Orçamento.
“É um projecto muito importante para o futuro da saúde pública da região”, resumiu o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, durante a apresentação do programa funcional da futura unidade de saúde, que terá capacidade para 607 camas.
O novo hospital terá uma área bruta de construção de 172 mil metros quadrados – juntas, as duas unidades existentes no Funchal, o Dr. Nélio Mendonça e os Marmeleiros, não chegam aos 70 mil metros quadrados – e como hospital fim de linha vai oferecer um leque variado de serviços e especialidades médicas.
Só a construção da nova unidade, que será implantada na zona de Santa Rita, na entrada Oeste da cidade, está orçamentada em 251 milhões euros, já com IVA incluído.
“Neste momento, o concurso de prévia qualificação está a decorrer. Julgo que mais mês, menos mês, esse resultado estará feito. Depois vamos passar para uma fase seguinte que é pedir aos concorrentes admitidos para fazerem a apresentação de propostas finais”, explicou na véspera, o vice-presidente do executivo madeirense, Pedro Calado, à margem da apresentação do Orçamento Regional para 2020, que conta também com 17 milhões de euros para o arranque dos trabalhos.
As máquinas, perspectivou Pedro Calado, só devem ir para o terreno depois do Verão. “Só no final do terceiro trimestre de 2020 é que teremos condições para fazer a adjudicação da obra”, clarificou o número dois do governo regional.
Com um prazo de execução de 50 meses, concorreram à primeira fase de concurso sete consórcios que têm agora 60 dias para formalizar as respectivas propostas.
“É uma obra que nasce da vontade consensual de toda a sociedade madeirense. Mesmo de todo o espectro político”, frisou Albuquerque, recordando que o novo impulso para a construção de um hospital de raiz – em detrimento da ampliação do existente – aconteceu em 2015, altura em que praticamente todos os partidos regionais inscreveram o projecto nos manifestos eleitorais, para as regionais desse ano.