Raquel Tavares diz adeus à música, a dois dias de completar 35 anos

A fadista diz que não se encontrava “capaz emocionalmente nem fisicamente”.

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Raquel Tavares PEDRO CUNHA

A fadista Raquel Tavares vai abandonar os palcos, anunciou a própria esta quinta-feira. “Quero viver além daquilo que tem sido a minha vida nos últimos 28 anos”, justificou n'O Programa da Cristina, na SIC. 

“Estava profundamente infeliz, (...) na vida artística”, confessou, emocionada. Não se encontrava “capaz emocionalmente nem fisicamente”, e a decisão já foi tomada há algum tempo – a última vez que actuou foi a 24 de Outubro do ano passado, nos Armazéns do Chiado, na baixa lisboeta.

Sentindo ter ultrapassado os seus próprios limites, a cantora assumiu que se sentia “vazia” no final dos seus concertos, acabando por se sentir angustiada. “Temos de estar preparados para estar disponíveis para as pessoas quando saímos à rua, mas não significa que eu goste disso”, detalhou. 

Raquel Tavares disse ter perdido “dez quilos num mês e meio” e actuado muitas vezes frágil – durante muitas vezes cantou com febre, após contrair uma faringite, uma “das piores doenças que um cantor pode ter.

A intérprete dedicou à música “a vida inteira”, tendo começado a cantar com cinco anos. Prestes a celebrar 35, lamenta não ter formado família e ter perdido amigos no processo, mas conforta-se com ser uma “sobrevivente”. Agora, vai tentar outra ocupação. Na entrevista à SIC, recordou um sonho antigo: “Eu queria ser jornalista.” Quanto a cantar, actualmente “faz mal”, mas “nada é definitivo”.

Raquel Tavares foi catapultada para o mundo do fado em 1997, tinha 12 anos, quando venceu a iniciativa da Casa da Imprensa Grande Noite do Fado.

Lançou o seu primeiro álbum de originais, Porque Canto Fado, dois anos depois, e em 2006, após lançamento do seu segundo álbum, homónimo, recebeu o Prémio Amália Rodrigues para Revelação Feminina. Seguiu-se Bairro, em 2008, e o seu mais recente, Raquel, de 2016. Entre actuações em Portugal e no estrangeiro, participou também em programas televisivos como Dança Comigo e Dança com as Estrelas.

Texto editado por Pedro Rios

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