Motoristas da Uber em protesto contra redução de preços
O protesto foi convocado pelas redes sociais. Os motoristas vão desligar a aplicação entre sábado e segunda-feira.
Grupos de motoristas da Uber convocaram pelas redes sociais uma acção de protesto para este fim-de-semana contra a redução dos preços pela plataforma electrónica, o que lhes vai reduzir a margem de lucro. Os motoristas convidam os colegas a fazerem uma “greve nacional de TVDE” no sábado, no domingo e na segunda-feira, desligando a aplicação.
Segundo um motorista no Porto contactado pela Lusa, o protesto surgiu no âmbito de vários grupos de motoristas que se reuniram nas redes sociais, nomeadamente no WhatsApp. Segundo a mesma fonte, o protesto está relacionado com o anúncio de redução do preço das viagens a partir de hoje pela plataforma de transporte de passageiros, que deu conta disso mesmo aos motoristas parceiros apenas na quinta-feira.
A redução de preços vai diminuir a margem de lucro por viagem destes motoristas para níveis insustentáveis, acrescentou.
Apesar de o protesto estar agendado para a partir de sábado, hoje, no Porto, já bastantes motoristas terão desligado a aplicação, acrescentou, sem conseguir determinar se o mesmo aconteceu em Lisboa e noutras zonas do país.
Num flyer a apelar à greve divulgado na internet, com a hashtag #uberoff, os motoristas e parceiros da Uber dizem estarem “cheios de cortes e tarifas cada vez menores, enquanto as despesas aumentam cada dia”.
Convocam também um encontro para segunda-feira, em Lisboa, no parque de Belém, pelas 10h, de onde partirão em marcha lenta até ao green hub da Uber nas Amoreiras.
Está ainda a decorrer uma petição pública online que, hoje às 17h30, era subscrita por mais de mil pessoas.
Os signatários pedem a intervenção do Presidente da República, do Governo, dos deputados e dos partidos com assento parlamentar contra os “constantes atropelos” à lei para o sector da actividade de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma electrónica).
Entre os atropelos, criticam os preços das tarifas praticadas, estabelecidas pelas plataformas electrónicas que “alteram os valores (sempre baixando os preços) sem preocupação com a remuneração de cada parceiro/motorista”, tornando “insuportável os valores inerentes” à actividade.
Em 2 de Janeiro, quinta-feira, “a Uber baixa as tarifas a seu bel-prazer em cerca de 10% mantendo a taxa de intermediação máxima permitida por lei (25%) com um aviso prévio de apenas seis horas, ou seja, informaram por volta das 18:00 a alteração de tarifas a vigorar a partir” de hoje, é salientado na petição.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da UBER afirmou que “os motoristas podem escolher livremente estar ligados à aplicação, sendo que a Uber não impõe qualquer limitação nesse aspecto”, competindo-lhe “oferecer o melhor valor possível tanto a motoristas como utilizadores”, para poder “continuar a contar com a preferência de ambos”.
“Estes novos preços vão tornar o serviço ainda mais acessível para utilizadores e, simultaneamente, melhorar os rendimentos de motoristas”, um equilíbrio “essencial para que a mobilidade partilhada possa ser uma alternativa efetiva ao carro particular e continue a ser uma oportunidade económica atraente para parceiros e motoristas”, escreveu a mesma fonte, através de email.
Numa mensagem enviada hoje a clientes, a Uber revelou que “os preços das viagens foram reduzidos”. Os novos tarifários podem ser consultados neste link.