Prioridade de Rúben Amorim é dar “ consistência” ao Sp. Braga

Treinador estreia-se no sábado aos comandos dos minhotos, diante do Belenenses SAD.

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LUSA/HUGO DELGADO

“Consistência” e “maturidade” foram duas palavras-chave no discurso de Rúben Amorim na véspera da estreia como treinador do Sporting de Braga. Antes da visita ao Estádio do Jamor, para defrontar o Belenenses SAD na 15.ª jornada da Liga, o técnico português pôs o dedo na ferida e mostrou determinação para melhorar o rendimento da equipa.

Amorim identificou no Sp. Braga, sob as ordens do antecessor,"uma variação de rendimento muito grande”. “Isso mostra uma fragilidade nos pontos fortes, porque apareciam num dia e, noutro, a baixa de rendimento era notória”, elencou. “Para mim é importante ganhar essa consistência, ou seja, não depender tanto da qualidade individual, indiscutível, dos jogadores, mas ter mais consistência para tirar mais partido dessa qualidade”.

O técnico não quis desvendar se o objectivo passa por alcançar o quarto ou o terceiro lugar, frisando que a prioridade passa por a equipa começar a sentir-se mais confortável com a responsabilidade de vencer. “Quando não a tinha, como na Liga Europa, por exemplo com o Wolverhampton, a quem ganhou e empatou, os jogadores sentiam-se mais livres. O primeiro passo é criar esse à vontade porque em 95% dos jogos o Sp. Braga entra a perder porque, para equipa grande, 0-0 é estar a perder e os jogadores ainda não têm essa maturidade que queremos criar”, explicou.

No Sp. Braga B e no Casa Pia, Rúben Amorim apostava regularmente num 3x5x2 e, na sua apresentação pública, revelou que a matriz de jogo iria mudar. “O sistema em si não é tão importante, mas queremos uma equipa que jogue um futebol positivo, que tenha a bola e seja forte quando não a tem. Acima de tudo, com ‘fome’, atitude e irreverência. O meu foco não é no sistema, mas nas ideias, na atitude”.

Rúben Amorim admitiu, de resto, ser um “jogo especial” por ser a sua estreia no comando técnico do Sp. Braga e na I Liga e pelo facto de ser contra uma equipa na qual jogou. “É especial, mas percebi esta semana que a ansiedade é igual à que tinha no Casa Pia e no Sp. Braga B. A pressão que tenho é mais interior, não interessa onde estou, quero sempre ganhar, tenho uma pressão muito grande sobre mim, às vezes até exagerada, mas estou tranquilo porque conheço melhor os jogadores e tenho uma equipa de qualidade”, vincou.

O técnico abordou ainda o facto de não poder dar indicações no banco de suplentes, uma vez que não tem o IV nível do curso de treinadores. “Não vou mentir, é algo que faz muita confusão, até tenho medo de sofrer um AVC por estar parado [risos], mas a equipa e a equipa técnica estão preparadas, o Micael Sequeira adaptou-se muito bem, conhece o modelo, os jogadores e, acima de tudo, o clube”.