Nuno Santos é o novo director de programas da TVI

Substitui Felipa Garnel, que permaneceu apenas seis meses no cargo. TVI perdeu para a SIC a liderança das audiências em 2019 após 15 anos de domínio. Pedro Sousa será o novo responsável pelo Canal 11.

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ENRIC VIVES-RUBIO

Nuno Santos é o novo director de programas da TVI, anunciou a estação de Queluz em comunicado enviado ao final da tarde desta sexta-feira às redacções. O programador substitui Felipa Garnel, que permaneceu no cargo uns meros seis meses: entrara para ocupar o lugar de Bruno Santos, que saiu no Verão passado após sete anos de direcção de programas do canal que entretanto perdeu a liderança na guerra das audiências.

Nuno Santos já ocupou o mesmo cargo na RTP, na SIC Notícias e na SIC e estreia-se agora na TVI, sendo esta notícia conhecida no mesmo dia em que a actual líder do mercado, a SIC, anunciou a contratação de Ricardo Araújo Pereira, humorista que até agora colaborava com a estação de Queluz. O novo director de programas da TVI estava até agora no recém-criado Canal 11, o canal desportivo da Federação Portuguesa de Futebol disponível na televisão por subscrição como parte do pacote fornecido pelos operadores Nos, Meo e Vodafone. A federação anunciou entretanto que Pedro Sousa, até agora coordenador de conteúdos do 11, será o novo responsável pelo Canal 11.

A transferência, a segunda de um dia agitado no mercado da televisão generalista portuguesa, ocorre após um ano de viragem no sector em que a SIC se consagrou líder de audiências após 15 anos de domínio da TVI - segundo a SIC, o canal terminou 2019 com 19.2% de share, mais 3,3 pontos percentuais que a TVI — e em que a Media Capital está a ser vendida pela Prisa, que a detém, ao grupo Cofina, proprietário do jornal Correio da Manhã e do canal CMTV. Em Julho de 2019, a TVI surpreendeu o mercado ao substituir Bruno Santos por Felipa Garnel, que vinha do mercado de revistas e da apresentação. 

Nuno Santos, citado no comunicado da TVI, diz que “ter a oportunidade de liderar a programação da TVI e ajudar a acelerar a transformação digital do meio televisivo de língua portuguesa é o desafio mais estimulante do mercado dos media”. Nuno Santos promete que “2020 será um ano de mudança” em que “a TVI será diferente e inovadora”.

Na mesma nota, a Media Capital agradece a Felipa Garnel por ter dado “o seu melhor, num momento muito particular”. O comunicado assinala ainda a “colaboração da Federação Portuguesa de Futebol, parceira de negócios da Media Capital, que na gestão deste processo sempre mostrou uma postura de total lisura e colaboração”. 

Um percurso televisivo

Nuno Santos começou a carreira como jornalista, primeiro na rádio, aos 17 anos, e depois na televisão. Integrou a equipa fundadora da SIC em 1992 e foi o primeiro director da SIC Notícias, que abandonou em 2001 para ocupar a direcção de programas da RTP. Em 2007 regressaria à SIC, para substituir Francisco Penim, depois de ter deixado a RTP em segundo lugar nas audiências, mas em 2011 voltava a protagonizar uma transferência, ao tornar-se director de informação da estação pública.

Em 2012 afastou-se da RTP após um processo disciplinar instaurado pela administração da empresa, que o acusou de violar os deveres de obediência e lealdade após a polémica que envolveu a cedência de imagens de uma manifestação frente ao Parlamento que terminou em confrontos. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social ilibou-o de responsabilidades no sucedido, e pareceres do conselho de redacção da RTP e da sua comissão de trabalhadores também. 

Passou depois pelo estrangeiro, pelo grupo sul-africano de conteúdos Multichoice e pela produtora The Story Lab, com sede em Londres. Em 2019, assumiu a gestão do Canal 11, que agora abandona para se ocupar da direcção de programas da TVI numa fase de nova mudança, com a aquisição em curso da Media Capital pela Cofina.

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