Netanyahu pede imunidade ao Parlamento para não ser julgado por corrupção
Primeiro-ministro israelita, que concorre de novo ao cargo em Março, diz-se vítima de uma perseguição política com o objectivo de “distorcer a vontade do povo”.
O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu anunciou que vai pedir imunidade parlamentar para não ser julgado nos três casos judiciais em que é acusado de corrupção, fraude e abuso de poder, algo sem precedentes em Israel (apenas um primeiro-ministro foi julgado por corrupção e apenas foi acusado depois de se demitir).
Netanyahu, recém-confirmado na liderança do partido de direita Likud, nega as acusações e diz-se vítima de uma conspiração, e pretende continuar a ser o candidato a primeiro-ministro nas terceiras eleições legislativas no prazo de um ano, que se vão realizar a 2 de Março.
A repetição da ida às urnas deve-se à incapacidade de os partidos israelitas formarem uma coligação para governar, devido a diversos bloqueios, nomeadamente as acusações que pendem sobre Netanyahu e as inimizades e desconfianças que acumulou ao longo dos últimos 13 anos, em que foi primeiro-ministro consecutivamente.
Este pedido de imunidade ao Parlamento, no entanto, é algo bastante raro. E mesmo que lhe seja concedida — não é garantido que consiga a maioria necessária para a obter —, arrisca-se a ser um gesto impopular com os eleitores, diz o New York Times – críticos do primeiro-ministro dizem que o pedido viola o princípio da igualdade de todos os cidadãos perante a lei.
Num discurso televisivo, Netanyahu tentou minimizar o impacto do pedido de imunidade, dizendo que seria uma medida “temporária”, que duraria “apenas” durante um mandato de deputado. Afirmou que pretendia “evitar processos políticos com o objectivo de distorcer a vontade do povo”. Queixou-se, mais uma vez, que isso foi o que lhe aconteceu, relata o jornal de Nova Iorque.