Tribunal de Leiria decreta prisão preventiva para suspeito de matar companheira
A PSP tinha sido alertada para discussões entre o casal, revelou fonte policial à Lusa. Até ao final de Novembro, 33 pessoas tinham sido mortas em contexto de violência doméstica: 25 mulheres adultas, uma criança e sete homens.
O juiz de instrução do Tribunal Judicial de Leiria decretou este sábado prisão preventiva ao homem suspeito de ter matado a companheira, em Leiria, na noite de sexta-feira, disse à Lusa fonte judicial.
O homem, de 35 anos, suspeito de ter matado a companheira, de 34 anos, em casa do casal no centro de Leiria, foi esta tarde presente ao juiz de instrução que ordenou que o arguido aguarde o desenrolar do processo em prisão preventiva, acrescentou a mesma fonte.
Segundo a fonte, o suspeito matou a companheira, degolou-a com um x-acto e pôs-se em fuga. Em casa estavam os filhos da vítima, de dois e seis anos, fruto de relações anteriores, que estão agora sob a responsabilidade da Comissão da Protecção de Crianças e Jovens.
A mesma fonte policial revelou à Lusa que a PSP tinha sido alertada para discussões entre o casal, “mas nada previa este desfecho” nem haveria suspeita de violência doméstica. O casal é estrangeiro e o arguido não tinha antecedentes criminais.
Depois de matar a mulher, que perdeu a vida no local apesar das manobras de reanimação, o suspeito pôs-se em fuga, vindo a ser detido pela GNR, após se despistar no Itinerário Complementar 2 (IC2), em Pombal.
“O suspeito foi encontrado após se ter despistado na viatura que conduzia e foi detido ao quilómetro 144,5, na zona de Travasso, Pombal”, referiu fonte da GNR, esclarecendo que o suspeito não apresentava ferimentos nem ofereceu resistência no momento da detenção.
Estiveram no local do crime, os bombeiros municipais, a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) e a unidade de psicólogos do INEM, num total de nove elementos e quatro viaturas, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria. Ao local deslocaram-se ainda PSP e Polícia Judiciária.
De acordo com dados do Governo divulgados no final de Novembro, 33 pessoas foram mortas em 2019 em contexto de violência doméstica até àquela data: 25 mulheres adultas, uma criança e sete homens.
Desde 2017, a Equipa de Análise Retrospectiva de Homicídio em Violência Doméstica, um grupo multidisciplinar que tem estudado casos judiciais neste contexto, tem identificado nos seus relatórios (o último foi publicado na semana passada) diversas falhas que levam a que estes crimes não sejam evitados quando, muitas vezes, poderiam ser impedidos com uma intervenção adequada.