Rio diz que Centeno tem “falta de educação” mas reitera “fraude democrática” no OE

Líder do PSD responde ao ministro das Finanças.

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Rui Rio LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O líder do PSD, Rui Rio, disse não querer “baixar o nível” como fez o ministro das Finanças Mário Centeno na forma como respondeu a uma crítica à discrepância de 590 milhões de euros no Orçamento do Estado (OE) para 2020, mas reiterou que há “fraude democrática” na proposta e acabou por dizer que o governante se fez de “desentendido” e que até pode mostrar “falta de educação”.

Depois de ser distribuído aos jornalistas no Parlamento um mapa comparativo do saldo das administrações públicas e a tabela de passagem à contabilidade nacional, Rui Rio reiterou que “ou os mapas são executados e o superavit não está correcto” ou Centeno “vai cativar de antemão” a despesa. O líder do PSD defende que os números no mapa distribuído, que tem dados desde 2005, contrariam Centeno que tinha afirmado que esta diferença existiu em “dezenas de anos de orçamentos do Estado.

Questionado pelos jornalistas sobre a intenção do Governo em apresentar os números no Relatório do OE, o líder do PSD disse que a sua convicção é que o “excedente” orçamental vai acontecer, mas “a verba vai ser cativada”. Rio lembrou que a mesma questão aconteceu no ano passado e que a UTAO (Unidade Técnica de Acompanhamento Orçamental) veio dizer que “não estava correcto”.

Questionado sobre qual será o sentido de voto do PSD sobre o OE, Rio lembrou que a Assembleia da República “não vota o relatório” em que constam estes números, mas sim o OE, sobre o qual ainda não adiantou o sentido de voto.

No jantar de Natal do PSD, na passada quarta-feira, Rui Rio, que é também líder parlamentar criticou a discrepância de 590 milhões de euros entre dois quadros do Relatório do Orçamento do Estado, referentes à despesa contabilizada em contabilidade pública (óptica de tesouraria) e para a despesa contabilizada em contabilidade nacional (óptica de compromissos assumidos para o futuro). 

Em declarações ao Expresso, Mário Centeno disse ter ficado “verdadeiramente perplexo": “Ou o dr. Rui Rio não sabe nada de economia – e muito menos Finanças públicas — , ou nunca viu fazer um Orçamento do Estado”. “Eu diria que nunca viu um Orçamento”, acrescentou. 

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