Fiat Chrysler e PSA Peugeot fundem-se, Carlos Tavares é o novo CEO
As empresas informaram que o presidente da Fiat John Elkann vai presidir à administração do grupo, que terá sede na Holanda.
A Fiat Chrysler e PSA Peugeot (proprietária da Peugeot, Citroën e Opel) anunciaram nesta quarta-feira a sua fusão, constituindo-se como o quarto maior fabricante de automóveis, com vendas de 8,7 milhões de carros por ano. O português Carlos Tavares foi nomeado CEO da nova empresa
A Fiat Chrysler Automobiles e a PSA Peugeot referem que os seus conselhos de administração assinaram um acordo vinculativo para fundir os dois fabricantes de automóveis, com participações de 50% de cada uma das companhias. As empresas consideram que a fusão vai posicionar a nova empresa para “aproveitar com sucesso as oportunidades apresentadas na nova era da mobilidade sustentável”.
“A empresa resultante da fusão irá ter vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, com receitas de quase 170 mil milhões de euros e lucros operacionais de mais de 11 mil milhões de euros, com uma margem de lucros operacionais de 6,6%”, num cálculo feito tendo por base os resultados de 2018, lê-se no comunicado enviado nesta quarta-feira às redacções.
“Estas sinergias vão permitir que as empresas combinadas invistam de forma significativa nas tecnologias e serviços que irão moldar a mobilidade no futuro, enquanto respeitam os desafiantes requerimentos regulatórios globais de emissões de CO2.”
Numa declaração conjunta, as empresas informaram que o presidente da Fiat John Elkann vai presidir à administração do grupo, que terá sede na Holanda. Já o actual presidente executivo da Peugeot desde 2014, Carlos Tavares, vai ser o novo líder executivo (CEO) durante os próximos cinco anos e será também membro do Conselho de Administração, que terá 11 directores independentes, dos quais cinco serão nomeados pela PSA e cinco pela Fiat Chrysler.
O novo grupo estará cotado na Euronex (Paris), na Bolsa italiana (Milão) e na Bolsa de valores de Nova Iorque. Contará ainda com uma “presença forte” em França, Itália e nos EUA.
O acordo para esta fusão já havia sido confirmado no final de Outubro. Nessa altura, ambas as empresas anunciaram, em comunicado, que pretendem trocar metade das suas acções para se tornarem no quarto maior fabricante automóvel do mundo no que diz respeito às vendas, atrás da Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan.
Os dois conselhos de administração “partilham a convicção de que esta decisão ousada” criará um novo líder na indústria — de facto, acrescenta o comunicado, as receitas combinadas de ambas as empresas chegariam aos 170 mil milhões de euros com “um lucro operacional recorrente de mais de 11 mil milhões de euros”, de acordo com as contas feitas com base nos resultados de 2018, que excluem a Magnetti Marelli e a Faurecia (que tem fábricas em Portugal).
Em Outubro, as duas empresas acrescentaram que esta fusão não iria levar ao encerramento de nenhuma fábrica.