Morreu Danny Aiello, o actor de Não Dês Bronca
Nomeado para um Óscar de Melhor Actor Secundário pelo filme de Spike Lee, morreu esta quinta-feira em Nova Jérsia. Tinha 86 anos.
Danny Aiello, nomeado para um Óscar de Melhor Actor Secundário por Não Dês Bronca, de Spike Lee, nos Óscares relativos a 1989, morreu esta quinta-feira em Nova Jérsia. O actor italo-americano tinha 86 anos. A causa de morte, num hospital, terá sido uma infecção, diz o The Guardian citando o site TMZ.
Daniel Louis Aiello Jr. nasceu a 20 de Junho de 1933, em Manhattan, Nova Iorque. No activo desde 1973, ano do seu primeiro filme, Toca o Tambor Devagar, de John Hancock, fez papéis pequenos em filmes como O Padrinho: Parte II, de Francis Ford Coppola, Era Uma Vez na América, de Sergio Leone, ou Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen. Trabalhou também com realizadores como Paul Mazursky ou Robert Altman. Num raro papel de protagonista, foi Jack Ruby, o assassino de Lee Harvey Oswald, em Ruby, A Conspiração do Silêncio realizado por John Mackenzie em 1992. Entre os seus papéis mais reconhecidos contam-se, além de Sal, o patriarca de uma família e dono da Sal's Famous Pizzaria, uma pizzaria italiana em Bed-Stuy, Brooklyn, em Não Dês Bronca (Do The Right Thing, no original), de Spike Lee, ou o papel do irmão afastado de Nicolas Cage que está noivo de Cher em O Feitiço da Lua (Moonstruck, no original), de Norman Jewison, de 1987.
Fez também parte do elenco de Harlem Nights, a estreia de Eddie Murphy na realização, um filme de 1989 rentável mas recebida negativamente pela crítica, e, dois anos depois, O Regresso de Hudson Hawk, um projecto desenvolvido e co-escrito por Bruce Willis, também vilipendiado pela crítica e um notório falhanço de bilheteira. Aiello cantou neste último, em dueto com Willis, faceta que também demonstrou em O Intruso Adorável, de Lasse Hallström, também de 1991. Na década seguinte, no início dos anos 2000, desenvolveu a faceta de crooner, chegando a lançar vários álbuns.
Ao contrário de actores nova-iorquinos e italo-americanos como Robert De Niro, com quem trabalhou várias vezes desde Toca o Tambor Devagar, nunca chegou a aparecer em filmes realizados por Martin Scorsese. No livro de memórias I Only Know Who I Am When I Am Somebody Else, lançado em 2014, Aiello explicou que Scorsese lhe tinha oferecido um papel sem falas em Touro Enraivecido, de 1980, e nunca mais o tinha contactado. Tinha sido Aiello, dizia o actor, a oferecer a De Niro o livro de memórias de Jake LaMotta que deu origem ao filme, numa altura em que De Niro nem sabia quem era o pugilista. Segundo o actor, o seu agente tentara “150 vezes" sugerir Aiello para papéis em filmes de Scorsese, mas a resposta foi sempre que não era a pessoa certa para o papel. Aiello dizia que sabia que tal acontecia por “razões pessoais”.