Champions com porta aberta para João Félix e semi-aberta para Luís Castro
A imprensa espanhola definiu o Atlético de Madrid-Lokomotiv como a “hora da verdade” para João Félix, que pode imitar o que Griezmann já fez e, em simultâneo, garantir que a equipa espanhola continua na Liga dos Campeões.
A noite desta quarta-feira pode terminar com vários portugueses felizes, na Liga dos Campeões, mas também como um grande tormento para todos – ou apenas alguns. Há muito por decidir, em matéria de continuidade na Europa, e há portugueses em campo em três dos quatro grupos que jogam nesta noite.
Grupo D – Félix tem a “hora da verdade”
Ganhando ao Lokomotiv, em Espanha, o Atlético de Madrid estará nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Simples, sem calculadora e sem requisito mínimo de golos. O cenário torna-se ainda mais agradável, para a equipa de João Félix, considerando que, mesmo empatando ou perdendo frente ao Lokomotiv (já eliminado), pode seguir em frente. Para tal acontecer basta que o Bayer Leverkusen não consiga vencer a já apurada Juventus, na Alemanha.
Contas mais do que favoráveis ao Atlético de Madrid, que defronta uma equipa russa – de Éder e João Mário – cuja percentagem de posse de bola por jogo fica nos 37% - a pior da Champions.
Espera-se, portanto, “avalanche” ofensiva do Atlético, ainda que a equipa não esteja numa boa temporada a nível de concretização: é dos piores ataques da Champions e da Liga Espanhola e não marca há três jogos. E é também por isso que este Lokomotiv parece surgir na altura certa, já que os russos desde 2002 não conseguem manter a baliza a zeros num jogo de Champions fora de casa (nesse ano, empataram a zero em Brugge).
E é aqui que se espera “dedo” de João Félix, com os espanhóis “sedentos” de terem a primeira grande noite europeia do “novo Griezmann”. A comparação, feita pelo jornal Marca, recorda que foi também em Dezembro, depois de vários jogos a “meio-gás” que, há alguns anos, Griezmann conquistou os adeptos colchoneros. É o que se espera de João Félix, nesta quarta-feira, frente a um adversário frágil. A “hora da verdade” para o português, escreve-se em Espanha.
Grupo C – Luís Castro só precisa de cumprir
Tal como o Atlético, no grupo D, o Shakhtar, do treinador português Luís Castro, só depende de si para seguir em frente na Champions, no grupo C. Ganhando à Atalanta, em casa, festeja. Sem mais contas. O cenário só não é tão risonho como o do Atlético de Madrid porque, ao contrário do Lokomotiv, a Atalanta ainda tem esperança de seguir em frente, precisando, também, de um triunfo.
Os problemas aumentam considerando que há, ainda, uma terceira equipa envolvida: o Dínamo de Zagreb. Os croatas também podem seguir em frente, caso vençam o Manchester City (já apurado) e o Shakhtar vacile frente à Atalanta.
Em suma, Luís Castro tem tudo na mão, mas, caso falhe a vitória, terá muitas contas para fazer. E, prevenindo essa possibilidade, haverá, certamente, alguém de ouvidos postos no Dínamo-Man. City, a disputar à mesma hora.
Grupo B – Pedro Martins de olho na Liga Europa
Não de olho na Champions, mas num objectivo mais modesto, está Pedro Martins e a restante armada portuguesa do Olympiacos. As contas, neste grupo, são bastante simples. Os gregos já não podem seguir em frente na prova milionária, mas, vencendo o Estrela Vermelha, na Grécia, garantem o terceiro lugar do grupo B e consequente apuramento para a Liga Europa. Perdendo ou empatando, será a equipa sérvia a seguir para a Liga Europa.
Haverá ainda um duelo entre os já apurados Bayern de Munique e Tottenham, com José Mourinho a visitar a Alemanha, mas esperam-se poupanças de ambos os lados, já que nem o primeiro lugar do grupo está em aberto: o Bayern já tem a liderança garantida e o Tottenham terminará em segundo lugar.
Grupo A – Derrubar tubarões
O grupo menos palpitante do dia traz um PSG-Galatasaray e um Brugge-Real Madrid. Menos palpitante pelo calibre dos jogos – e pela ausência de portugueses –, mas ainda com algo por disputar.
Brugge e Galatasaray, ambos já sem hipóteses de continuarem na Champions, estão ainda em luta pela Liga Europa. E nenhum tem adversários simpáticos. Os turcos, de Falcao e Marcão, têm de vencer em Paris e esperar que o Brugge escorregue frente ao Real Madrid – algo longe de ser utópico. Será, portanto, um final ao “photo-finish”, neste grupo.