Vinícius deu corpo à superioridade do Benfica no Bessa
“Encarnados” venceram o Boavista no arranque da 13.ª jornada da Liga portuguesa, por concludentes 1-4.
Carlos Vinícius é o nome que anda na boca dos adeptos do Benfica por estes dias e exibições como as desta noite ajudam a perceber porquê. O avançado brasileiro deu expressão a uma das melhores exibições da época do campeão nacional, no Estádio do Bessa, e empurrou a equipa para um triunfo confortável sobre o Boavista (1-4) que assegura às “águias” a continuidade na liderança do campeonato, aconteça ao que acontecer nesta 13.ª jornada.
O jogo começou com Vlachodimos, Bracali e a tecnologia das linhas de fora-de-jogo a serem postos à prova. O guarda-redes do Benfica segurou um remate de fora da área, o do Boavista sofreu um chapéu de Pizzi e o videoárbitro ajudou a descodificar o lance: o médio “encarnado” estava 50cm adiantado e o golo foi invalidado. Estava dado o mote, porém, para a abordagem das “águias”, de ataque permanente à profundidade.
Dispostos em 5x4x1, os “axadrezados” foram algumas vezes surpreendidos com bolas nas costas da linha defensiva (Grimaldo e Tomás Tavares foram solicitados um par de vezes) e raramente conseguiram sair do colete-de-forças imposto por um adversário muito intenso e agressivo na reacção à perda.
Bruno Lage, de resto, manteve um meio-campo em losango, com Gabriel na saída de bola no vértice inferior, Cervi como interior esquerdo, Taarabt à direita e Pizzi e Chiquinho em movimentos alternados no apoio a Vinícius. Com esta solução, o Benfica provocou quase sempre problemas ao Boavista com combinações curtas no corredor central e chegou, com relativa facilidade, a zonas de criação.
Seria numa transição, porém, que o campeão nacional se adiantaria no marcador. Passe milimétrico de Pizzi a variar o corredor e Vinícius, com o killer instinct que o caracteriza, a disparar de primeira, deixando Bracali mal na fotografia (34’).
Era o primeiro buraco que o brasileiro abria na muralha de um Boavista que ia ter de conseguir ligar mais o jogo para causar dano ao adversário. E a verdade é que, no segundo remate enquadrado com a baliza no primeiro tempo, os portuenses empataram — variação do centro do jogo, pormenor de qualidade de Marlon e Stojiljkovic, tirando partido da má colocação de Rúben Dias, a cabecear para o empate (44’).
O ascendente tremendo do Benfica no primeiro tempo tinha valido de pouco em matéria de resultado ao intervalo, mas aquilo que de bom tinha feito a equipa lisboeta no primeiro tempo foi replicado no segundo. Logo aos 50’, Chiquinho surgiu novamente no espaço entre linhas e colocou Bracali à prova. E dois minutos depois chegou o 1-2, com Vinícius a receber, a rodar e a cruzar para a pequena área, onde Cervi se envolveu com Marlon, desviando a bola para a baliza. Os “axadrezados” ainda reclamaram falta do argentino, mas Jorge Sousa validou o lance.
O jogo ficou, então, mais partido durante os minutos seguintes e Carraça chegou a gerar o pânico na área “encarnada”, com um cruzamento que por pouco não foi emendado para a baliza. Só que quem tem um avançado no momento de forma que Vinícius atravessa está sempre mais perto do golo. A pressão alta do Benfica deu frutos, Grimaldo recuperou a bola a meio do meio-campo contrário e colocou no brasileiro, que atirou de primeira, à entrada da área, para o melhor golo da noite (1-3).
A missão que já era difícil para o Boavista tornava-se impossível e, apesar da velocidade e verticalidade que a equipa ganhou com a entrada de Samuel, foi o Benfica a extrair dividendos de um momento que o favorecia. Já em tempo de compensação, as “águias” deram contornos de goleada ao 12.º triunfo na prova, com um (invulgar) golo de Gabriel na sequência de um livre indirecto. Foi uma espécie de momento de redenção para o brasileiro, depois da expulsão diante do Marítimo. E a confirmação de que o Benfica do campeonato é um Benfica mais capaz.