Politécnico do Porto investe 11 milhões para juntar Investigação num só edifício
Portic vai ocupar instalações da antiga Escola de Biotecnologia da Universidade Católica, no Porto, dando espaço para cerca de 200 investigadores.
Cinco anos depois das primeiras negociações, a Universidade Católica Portuguesa (UCP) e o Instituto Politécnico do Porto (IPP) consumaram esta quinta-feira a venda das antigas instalações da Escola de Biotecnologia da UCP, que o IPP vai agora transformar no seu centro de investigação tecnológica e inovação, o Portic. Boa parte das 24 unidades de investigação do Politécnico vão, em 2020, mudar-se para a nova casa, na Rua Lobão Vital, no Pólo da Asprela, onde a instituição ganha condições para potenciar o trabalho que já vem sendo feito e deverá, também, formar duas ou três novas equipas de trabalho.
Em declarações ao PÚBLICO no final da assinatura da escritura de compra e venda daquelas instalações, que custaram ao Politécnico quase 11 milhões de euros, o pró-presidente do IPP com a área do I&D, Luís Pinho, revelou que o IPP vai alargar as áreas de investigação aplicada mas recusou-se, para já, a adiantar qual será o âmbito de actuação das novas equipas a instalar no Portic, explicando apenas que se dedicarão ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para problemas relevantes do nosso quotidiano.
Certo é que estes novos investigadores, que se juntarão aos de outros centros de I&D da instituição pública, vão beneficiar de um ambiente de cooperação que vai muito para lá da mera partilha de instalações. No Portic, o Politécnico vai concentrar serviços de apoio às várias unidades, seja para a obtenção de patentes seja, por exemplo também, para a elaboração e acompanhamento de candidaturas a financiamentos externos para projectos. Aliás, o IPP espera aumentar, com esta nova estrutura, as parcerias transdisciplinares entre as suas unidades, a capacidade de participação em projectos internacionais e “o acesso a financiamento regional, nacional, europeu e internacional”, como referiu o seu presidente, João Rocha.
Os dois edifícios – um deles com sete pisos – situam-se num grande complexo universitário onde estudam dezenas de milhares de estudantes e que, como notou o próprio João Rocha, na última década viu nascer um conjunto importante de centros de I&D, ganhando, na terminologia internacional, um novo nome: Porto Innovation District. E é no meio deste quarteirão que o IPP passa a dispor de mais de 16 mil metros quadrados em múltiplas salas que, segundo o pró-presidente Luís Pinho, com um investimento de algumas centenas de milhares de euros ficarão prontas para receber até 200 investigadores e demais funcionários de apoio, trabalhando em áreas como a Engenharia, Ciências Empresariais, Educação, Desporto, Artes, Saúde, Turismo, Media e Design.
O projecto, que permite à Católica concentrar toda a sua oferta de ensino no Porto no Pólo da Foz, avança depois de um processo complexo, marcado por dificuldades burocráticas mas também pela espera por um parecer positivo do Tribunal de Contas. Os próximos meses serão agora de obras e de mudanças faseadas, que mexerão também com a Porto Global Hub que integra a Porto Design Factory, a Porto Business Innovation e a Startup Porto, que tem como visão ajudar a criação de projectos locais sustentáveis para uma vida melhor, e que vão também para o Portic.