Greta Thunberg: toda a política é global

A relevância de Greta Thunberg está em pegar num problema planetário e trazê-lo à atenção da única audiência que o pode resolver, que é a da humanidade inteira.

Foto

Foi só há três anos, em 2016, o ano do “Brexit” e de Trump, que de repente o nacionalismo virou moda intelectual, e mesmo à esquerda não faltou quem inventasse razões para o justificar. Que toda a política era nacional, dizia-se. Que não podia haver democracia para lá das fronteiras do estado-nação, argumentava-se, porque só no estado-nação residia uma comunidade de identidade e destino que poderia decidir por si mesma. Que não havia povo europeu nem cidadania mundial que permitisse fazer as coisas de outra maneira. E que, no fundo, o lugar para o cidadão era dentro da sua comunidade nacional. Lá fora era o domínio da política internacional, onde contavam os governos nacionais, ou o domínio da globalização, onde contavam as multinacionais. Sê português, vietnamita ou boliviano e cala-te. Se pensas que és cidadão do mundo, és cidadãos de lugar nenhum.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.