“Muita participação” na eleição de delegados ao congresso do CDS
A eleição de 1.160 delegados foi “um recorde” e deve-se ao facto de o CDS-PP ter agora mais militantes, cerca de 40.000.
A eleição de 1.160 delegados ao próximo congresso do CDS-PP, realizada no sábado, decorreu com “toda a normalidade” e foi “um processo muito participado”, disse à Lusa o secretário-geral do partido. De acordo com Pedro Morais Soares, a eleição de 1.160 delegados foi “um recorde em relação a congressos anteriores” e deve-se ao facto de o CDS-PP ter agora mais militantes, cerca de 40.000.
O secretário-geral do CDS-PP não avançou ainda quantos militantes deste universo total votaram na eleição de delegados, dizendo que até esta segunda-feira ainda serão recebidas as actas do processo que decorreu em todo o país.
“O processo decorreu com toda a normalidade, muito participado, foram eleitos 1.160 congressistas, de norte ao sul, do interior ao litoral”, afirmou.
Questionado sobre uma notícia do semanário Expresso que dava conta no sábado da dificuldade de o partido eleger delegados ao congresso, o secretário-geral do CDS-PP contrariou esta perspectiva.
“Tivemos em alguns casos duas listas, noutros três, é verdade que a grande maioria foi lista única, mas não houve dificuldade nenhuma em eleger congressistas, o que é um recorde em relação aos congressos anteriores, temos muita gente a candidatar-se ao congresso”, afirmou.
A secretaria-geral desconhece a existência de qualquer protesto no âmbito da eleição de delegados.
Os delegados eleitos terão agora, até 9 de Dezembro, para se inscreverem efectivamente no congresso, e só depois dessa data, somando também aqueles que têm assento por inerência, será possível contabilizar o número final de delegados.
Além dos eleitos, têm assento, por inerência, os membros da mesa do congresso, o líder e dirigentes nacionais, deputados, nacionais e regionais, eurodeputados, presidentes das comissões políticas regionais, distritais e concelhias, secretário-geral e adjuntos, membros dos Governo, nacional ou regionais, presidentes de câmaras, de assembleias municipais e de juntas de freguesia, entre outros.
Ao contrário de outros partidos, como o PS e PSD, o CDS não tem eleições directas pelo que a liderança se decide, de facto, nos dois dias do congresso, que, neste caso, está agendado para 25 e 26 de Janeiro de 2020, em Aveiro.
Os delegados são eleitos em listas plurinominais e não estão associados a qualquer uma das moções já anunciadas para o congresso que vai eleger o sucessor de Assunção Cristas à frente do partido.
Até ao momento, há pelo menos quatro candidaturas anunciadas – João Almeida, deputado e porta-voz do partido, Filipe Lobo d’Ávila, antigo deputado que criou um grupo crítico da ainda liderança, Juntos pelo Futuro, Abel Matos Santos, da Tendência Esperança em Movimento (TEM), e Carlos Meira, ex-líder da concelhia de Viana do Castelo.
O líder da Juventude Popular (JP), Francisco Rodrigues dos Santos, a exemplo dos restantes, também anunciou uma moção de estratégia e admitiu, em meados de Outubro, que poderá concorrer.
Assunção Cristas anunciou a saída do cargo de presidente do CDS em 6 de Outubro, na noite das legislativas em que o partido passou de 18 para cinco deputados, com 4,4% dos votos.