Furio Jesi, um génio precoce que aos 15 anos já escrevia para revistas especializadas de egiptologia e que faleceu em 1981, com 39 anos, tendo sido entrevistado, no Verão de 1979, pelo semanário italiano Espresso, após a publicação do seu livro Cultura di destra, respondeu assim ao jornalista que lhe perguntou o que queria dizer cultura de direita: “É a cultura em que o passado é uma espécie de papa homogeneizada que se pode modelar e manter formatada da maneira mais útil. É a cultura em que prevalece uma religião da morte ou também uma religião dos mortos exemplares. A cultura em que se declara que existem valores não discutíveis, indicados por palavras espiritualizadas que se escrevem com inicial maiúscula (Tradição e Cultura, mas também Justiça, Liberdade, Revolução). Uma cultura, em suma, feita de autoridade, de segurança mitológica acerca das normas do saber, do ensinar, do comandar e do obedecer”. Esta resposta só pode hoje ser compreendida se soubermos que, para Jesi, tradutor do grande estudioso da mitologia grega e romana, Károly Kerényi, os grandes representantes da “cultura de direita” europeia do século XX eram Spengler e toda a constelação germânica da “revolução conservadora” (incluindo Ernst Jünger e o primeiro Thomas Mann) Ludwig Klages, Julius Evola, D’Annunzio e outros.
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