A Primavera de Ali Smith
Eis o terceiro volume da série que a autora escocesa dedicou às quatro estações do ano.
Em 2016, a escocesa Ali Smith (Inverness, 1962) propôs ao seu editor escrever quatro romances no espaço de quatro anos e ir publicando cada um o mais próximo possível da data do seu término. O desafio, arriscado, era captar o presente a partir da sua superfície porosa, de forma instintiva, interpretando-o através de uma complexa teia de associações e colagem de referências. O tempo seria o principal material de trabalho e cada volume teria como título uma estação do ano. Quando Smith começou a escrever sobre as quatro estações, aconteceu o Brexit e, além de literário, o projecto ganhou urgência política. A tensão, como sublinhou a escritora americana Amy E. Elkins no Los Angeles Review of Books, passou a ser entre o movimento do tempo e a captura desse mesmo tempo através de objectos, cartas, fotografias, cartazes, artigos de jornal, diários, o quotidiano e as vozes das personagens. Ou seja, tudo o que faz desse um tempo político e íntimo.
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