Aluno apresenta queixa na GNR contra professor em Peso da Régua

No Agrupamento de Escolas João Araújo Correia, um aluno de 15 anos diz ter sido vítima de tentativa de estrangulamento por parte do professor. O visado também apresentou queixa na GNR por injúrias.

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Desde o início do ano lectivo, 21 professores e funcionários terão sido agredidos dentro das escolas Daniel Rocha (arquivo)

Um aluno de 15 anos da Escola João Araújo Correia, em Peso da Régua, apresentou queixa na GNR contra um professor que acusa de o ter tentado estrangular no final de uma aula de Matemática.

Ao PÚBLICO, a direcção do Agrupamento de Escolas João Araújo Correia confirmou ter aberto, entretanto, um “processo de inquérito” para averiguar o que se passou entre o aluno e o professor em causa.

Fonte do Ministério da Educação confirmou que a direcção daquela escola “solicitou a nomeação de um instrutor à Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC)”, sendo que, de acordo com a direcção da escola, a decisão de abrir um processo de averiguações foi precedida por duas participações à GNR: além do aluno, o professor declarou-se vítima de um crime de injúrias.

Ao que o PÚBLICO apurou, o docente está à beira de completar 66 anos de idade e 40 de carreira.

A GNR disse que vai agora proceder à investigação do caso.

Suspensão preventiva é o procedimento habitual

No passado dia 22, recorde-se, um professor da escola secundária Joaquim de Araújo, em Penafiel, que terá agredido dias antes um aluno de 16 anos numa sala de aula, foi suspenso das suas funções. O estudante de 16 anos, que frequenta o 11.º ano e sofre de surdez, terá sido agredido pelo professor dentro da sala de aula, na sequência do que teve de receber assistência hospitalar. A suspensão do professor foi confirmada pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (Dgeste), poucas horas depois de um pedido nesse sentido ter sido feito pela própria escola.

A suspensão preventiva dos alegados autores de agressões em contexto escolar tem sido o procedimento padrão em todos os episódios recentes, envolvendo alunos ou professores. O docente em causa, que pertence ao quadro de escola e dá aulas em cursos técnicos como o de Mecatrónica, frequentado pelo aluno agredido, é alvo de um processo disciplinar aberto pela escola, na sequência da denúncia feita por colegas do aluno agredido.

A tutela garantiu então que os seus serviços “estão em contacto permanente com a escola” e, numa nota escrita enviada ao PÚBLICO, o Ministério da Educação repudiou “veementemente todas as formas de violência, em particular em ambiente escolar" e convidou todos a adoptarem “uma atitude pró-activa de prevenção de comportamentos violentos e de desrespeito”.

No final de Outubro, um professor da Escola Secundário Rainha Dona Leonor, em Lisboa, também foi suspenso e detido sob a acusação de ter agredido “com enorme violência” um aluno do 8º ano

Este ano lectivo tem igualmente sido marcado pelas notícias de diversos episódios de agressão a docentes, o que levou os sindicatos a reivindicar que tais actuações devem ser consideradas um crime público. Segundo os responsáveis do blogue comregras.com, que inaugurou um “contador de agressões”, já houve 21 docentes e funcionários agredidos dentro das escolas desde o arranque do actual ano lectivo.

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