CDU acusa Câmara de Gondomar de triplicar lugares de estacionamento pago

Presidente da câmara diz objectivo é ordenar o estacionamento e o espaço urbano, promovendo a descarbonização, o uso de transporte público e modos suaves.

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Adriano Miranda

A CDU de Gondomar acusou nesta quarta-feira o executivo da câmara de ter aprovado a triplicação dos lugares de estacionamento pago, alargando-o às freguesias de Rio Tinto, Areosa e Fânzeres, com o autarca a argumentar com a “obrigatoriedade” contratual.

“Hoje a maioria PS aprovou em reunião de câmara uma proposta de revogação do contrato de concessão [de estacionamento]. Medida que trará custos relativos a indemnizações à empresa concessionária ainda não totalmente aferidos pela câmara (...) para fazer uma nova concessão onde triplica o número de lugares pagos”, denuncia o comunicado da coligação.

A nota de imprensa acrescenta sobre a reunião de câmara, que, segundo a proposta aprovada, “a previsão é de um aumento dos 860 lugares actuais para 3.070 num futuro muito próximo, cobrindo praticamente todo o centro de São Cosme e as zonas de maior comércio em Rio Tinto, Areosa e Fânzeres”.

Lembrando tratar-se de um concelho “onde o metro não chega ao seu centro” e a mobilidade entre “as freguesias do alto concelho e o centro do município em termos de carreiras é quase inexistente (...) o PS utiliza como argumento a favor a necessidade de forçar as pessoas a usarem mais o estacionamento público e a necessidade de ajudar os comerciantes”.

Em resposta à Lusa, o presidente da câmara, Marco Martins, afirmou ter ficado “devidamente clarificado” na reunião desta quarta-feira que o executivo tinha “obrigatoriamente que lançar esta concessão, em função da revogação da concessão do estacionamento de superfície em S. Cosme, tal como já tinha acontecido na Areosa”.

Refutando que o objectivo seja “arrecadar receita, mas sim ordenar o estacionamento e o espaço urbano, promovendo a descarbonização, o uso de transporte público e modos suaves, acompanhando as políticas das grandes cidades nacionais e europeias”, o autarca enfatizou outra questão.

“A futura concessão permitirá, além de reduzir as taxas (antes eram de 0,85 euros por hora e agora serão 0,60 euros), introduzir algumas melhorias: emissão de cartão de residente para estacionar gratuitamente, obrigatoriedade para uso de uma “app” (aplicação para telemóvel) para pagamento, tipo via verde, zonas de cargas e descargas para apoio ao comércio e estacionamento máximo de duas horas nas zonas centrais”, refere ainda a resposta do autarca.

Por seu lado, a coligação defende o “aumento da oferta de estacionamento gratuito ordenado”, considera como “vital cumprir o projecto do Metro para o centro de Gondomar”, exige o “reforço e alargamento das linhas e horários dos transportes públicos de passageiros” a cargo da STCP, o “reordenamento da rede viária e rodoviária” e o “aumento das zonas pedonais onde exista mais oferta comercial”.