Um sonho muito distante
Il Sogno Mio d’Amore limita-se a agenciar momentos testemunhados pela câmara de modo quase neutro, sem fazer justiça ao seu tema ou às suas imagens.
Começa a tornar-se problemático o escoamento em sala de tanta produção documental portuguesa: só nas últimas semanas tivemos Avenida Almirante Reis em 3 Andamentos de Renata Sancho, Bostofrio de Paulo Carneiro ou Turno do Dia de Pedro Florêncio partilhando o mesmo espaço (exíguo) com ficções portuguesas como Technoboss de João Nicolau e Vitalina Varela de Pedro Costa. Só esta semana, Il Sogno Mio d’Amore partilha estreia com um outro documentário de tema semelhante — Infância, Adolescência, Juventude de Ruben Gonçalves, montador de Verão Danado, que acompanha um grupo de bailarinos da Escola Superior de Dança. Isto para dizer que, se há qualquer coisa mal no mercado, também não seria má ideia produtores e distribuidores pararem para pensar: não vale a pena andarmos a queixar-nos da falta de salas para estrear determinado tipo de filmes e depois insistir em estreá-los. Mais complicado ainda é que, mesmo concordando com a lógica de que um filme apenas existe quando é visto, Il Sogno Mio d’Amore é um objecto frágil, ao qual faltou alguma coisa para ir mais longe.
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