Obra do Bolhão estará pronta “quando os empreiteiros a acabarem”, diz Rui Moreira

Autarquia diz que não sabe, nem tem de saber, se há atrasos na obra. Socialistas dizem ser “absurdo” não haver uma estimativa

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Previsão inicial aponta para Maio de 2020 para finalização da obra Nelson Garrido

“Não sou construtor civil, não me pergunte a mim se vai estar pronto.” A réplica do presidente da câmara à vereadora Odete Patrício, que quis saber quando estaria pronto o Mercado do Bolhão, trazia um tom de incompreensão. Para Rui Moreira, a autarquia não tem de saber qual a previsão de conclusão da obra. Tendo em conta a conjuntura do sector, argumenta, ninguém pode dar garantias actualmente. Seja a obra no Porto ou noutro município qualquer, insistiu.

No início do processo, a empresa construtora fez uma previsão e apontou Maio de 2020 para o final do processo. Com a aproximação da data – e no dia em que se aprovou o novo regulamento do mercado, apesar das dúvidas do CDU e do PS, que se abstiveram – os socialistas mostraram-se surpreendidos com a resposta de Rui Moreira e do vereador do urbanismo, Pedro Baganha.

Odete Patrício considerou “absurdo” que a Câmara do Porto, “dona da obra”, não saiba quando poderá inaugurar o Bolhão. “Não consigo compreender que o executivo diga que não faz ideia.” O mesmo adjectivo – “absurdo” – foi usado por Pedro Baganha para classificar a pergunta de Odete Patrício: “Não é por acaso que existe no regimento actual uma figura de licença especial para obras inacabadas, porque há obras privadas e públicas que param e que não conseguem cumprir o cronograma. É absolutamente absurdo dizer, porque há um contrato assinado, porque há um papel assinado, que é possível dizer que a obra termina no 31 de Maio de 2020, no dia 10 de Julho de 2020 ou no dia 1 de Janeiro de 2021. É impossível”, afirmou.

“Mal estaria o sector privado”, continuou Odete Patrício, se não houvesse estimativas para conclusões de obras. “Se o processo for perfeito, se todas os passos foram dados, se tudo for devidamente cumprido, não compreendo que não se possa saber qual é o atraso previsível da obra”, sublinhou.

Com a garantia de que “atrasos não justificados da obra serão cobrados”, Rui Moreira afirmou que seria “incongruente” vincular-se a uma data, reafirmado não saber quando estará o Bolhão pronto.

O mercado de frescos fechou para obras em Abril de 2018, passando a funcionar, temporariamente, no centro comercial La Vie

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