}

Grupo de activistas está no Ministério da Habitação a exigir resposta a casos urgentes

Associação Habita levou ao Ministério dois exemplos concretos de famílias em graves carências habitacionais.

Foto
Nuno Ferreira Santos

Um grupo de activistas pelo direito a habitação está desde esta manhã no Ministério das Infra-estruturas e da Habitação para alertar para a eminência de despejos de famílias com crianças na região de Lisboa e a exigir resposta imediata para dois casos concretos que apresentaram como prioritários. “Já fomos recebidos e já tivemos a oportunidade de falar de casos bem concretos. Não podemos aceitar a resposta de que o estado não tem soluções para este problema. Tem de ter”, disse ao PÚBLICO a activista Maria João, do colectivo Habita! - Associação pelo Direito à Habitação e à Cidade.

O grupo juntou-se no Ministério por volta das 10h00, e hora e meia depois uma delegação de quatro pessoas foi autorizada a subir ao gabinete do ministro, tendo sido recebidas pelo chefe de gabinete da Habitação. O encontro terá durado mais de duas horas. E, depois das resistências iniciais, disse Maria João, chefe de gabinete e técnicos ministeriais “ficaram a fazer telefonemas”. “O nosso caderno de encargos é elevado, se pensarmos nos problemas que existem no Bairro 6 de Maio [Amadora]. Não basta dizer que se vai realojar as pessoas que ainda lá estão. Precisam de pensar em que condições estão a viver as pessoas que já de lá saíram”, diz Maria João, avançando que há uma família a viver numa ruína degradada e sem condições há quase um ano. E esse é um dos assuntos urgentes a resolver.

O outro caso refere-se a uma moradora em Moscavide que tem despejo marcado para a próxima sexta-feira. À Lusa explicou que nunca faltou com uma renda, tem contrato, mas o senhorio quer a casa e não o renova. Nem a segurança social diz que a pode ajudar, “só se tiver três mil euros para uma outra casa”. “Não tenho para onde ir com a minha filha. Ela tem 18 anos, mas é doente, tem uma bactéria na coluna e pode ficar paralisada”, contou.

Sónia explicou também ter sido convocada já esta semana para uma reunião com técnicos da câmara municipal de Loures, onde lhe deram duas notícias: “A má era que, de imediato, não podiam resolver o meu caso, e disseram que a boa notícia era de que a autarquia tem agora uma bolsa de habitação, como a que está a ser implementada em Lisboa, na qual vou ser prioritária. Mas eu não quero uma casa daqui a um ano e tal”. “Agora vim para a rua porque não há solução. Não encontro uma casa”, disse, acrescentando que tem a renda do mês de Dezembro já paga.