Comentário racista sobre Balotelli justificado como “brincadeira”
O presidente do Brescia falava à margem de uma reunião da Liga italiana.
O presidente do Brescia, Massimo Cellino, disse palavras controversas sobre o futebolista do clube italiano Mario Balotelli, que ficou de fora do último jogo do clube, por alegada falta de empenho.
“O que se passa com Balotelli? Passa-se que ele é negro, o que é que vos posso dizer? Ele trabalha para ficar mais branco, mas tem muitas dificuldades”, disse o presidente do Brescia, no vídeo abaixo, aparentemente em tom de brincadeira, à margem de uma reunião da Liga italiana.
O Brescia emitiu um comunicado a explicar que se tratou “evidentemente de uma brincadeira, manifestamente mal interpretada”, acrescentando que Cellino tentou “minimizar a excessiva cobertura mediática e proteger o jogador”.
Além do mau momento desportivo, Balotelli tem sido alvo de insultos racistas em alguns jogos, nomeadamente o que o Brescia realizou frente ao Verona, com a partida a ser interrompida durante vários minutos. O avançado chegou mesmo a ameaçar abandonar o terreno de jogo.
"Caso Conguito"
Apesar de justificado como brincadeira, este caso voltou a colocar o racismo na berlinda no futebol internacional. O chamado “caso Conguito”, no qual Bernardo Silva usou o chocolate Conguito para fazer uma piada dirigida ao colega Mendy, foi o mais badalado das últimas semanas, com o jogador a ser mesmo suspenso e multado pelo tweet publicado.
Apesar de reconhecer que Bernardo não tinha como objectivo ofender o colega de equipa, a Federação salientou o teor público da partilha, apontando que Bernardo quebrou os regulamentos relativos a linguagem e comportamentos ofensivos. O jogador pagou 58 mil euros e foi suspenso por um jogo, tendo, ainda, de participar em sessões de educação para o racismo.
Menos jocosos e bem mais concretos foram os problemas num Bulgária-Inglaterra, em Outubro. O jogo foi interrompido duas vezes, devido a insultos racistas a jogadores ingleses, e o caso terminou mesmo com a demissão do presidente da União Búlgara de Futebol e do próprio seleccionador nacional, o ex-jogador do Sporting Krasimir Balakov. A UEFA acabou por ter “mão leve" e puniu a equipa búlgara com um jogo à porta fechada.