Manchas de petróleo derramado no litoral brasileiro alcançam Rio de Janeiro

Foram encontrados numa praia do município de São José da Barra cerca de 300 gramas de crude que tiveram origem no derrame suspeito verificado no nordeste do país no final de Agosto.

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Voluntários tentam remover manchas de petróleo na praia de Suape, Cabo de Santo Agostinho, no Estado de Pernambuco, no início de Novembro Reuters
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Trabalhador municipal tenta remover manchas de petróleo na praia da Barra de Jacuipe, em Camaçari, no Estado da Bahia, no fim de Outubro Reuters
2019 Derramamento de óleo no nordeste do Brasil
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Mancha de óleo na praia Pontal do Coruripe, em Coruripe, Estado do Alagoas, no fim de Outubro Reuters

As manchas de petróleo que desde o final de Agosto se arrastam pelo litoral do Brasil alcançaram este sábado a praia de Grussai, no município de São José da Barra, estado do Rio de Janeiro.

O Grupo de Acompanhamento e Avaliação, integrado pela marinha brasileira, confirmou através de um comunicado que foram encontrados naquela praia cerca de 300 gramas de crude e constatou que o mesmo tinha origem num derrame suspeito verificado no nordeste do país.

Um grupo da marinha do Brasil e de responsáveis ambientais foi enviado para o local para a recolha de amostras e limpeza, assim como para monitorizar a eventual identificação de mais crude, que pela primeira vez aparece no estado do Rio de Janeiro, depois de há duas semanas ter alcançado o litoral de Espírito Santo, o primeiro no estado afectado do sudeste brasileiro.

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, referiu-se à presença do crude no seu estado, sublinhado a vontade do executivo brasileiro de identificar os autores deste “ato criminoso”. “Se, na pior das hipóteses, um petroleiro vazou toda a sua carga de petróleo no mar, menos de 10% alcançou a nossa costa e temos que nos preparar ainda para o pior. Pedimos a Deus que isso não aconteça”, afirmou este sábado aos jornalistas.

Estudos laboratoriais levados a cabo pela petrolífera estatal brasileira, Petrobrás, concluíram que o crude encontrado foi extraído de três poços venezuelanos, mas as autoridades brasileiras não confirmaram ainda quando nem onde ocorreu o derrame a cerca de 700 quilómetros da costa de Pernambuco.

Alguns navios de armadores gregos e alemães estão numa lista de dez embarcações suspeitas de terem causado o derrame quando transportavam o crude venezuelano junto à costa brasileira.

O último relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) fez saber na passada sexta-feira, ainda sem informação do Rio de Janeiro, que as manchas de crude alcançaram 724 praias de 120 municípios de todos os nove estados do nordeste e ainda de Espírito Santo, no sudeste. O mesmo relatório deu conta que 143 animais, na sua maioria tartarugas marinhas, foram encontrados com vestígios de crude, das quais 98 morreram.