Lisboa surge no momento da libertação de Michael Kiwanuka
Nos dois álbuns anteriores percebia-se que o talento estava lá. Faltava qualquer coisa. No novo e terceiro registo Michael Kiwanuka liberta-se de constrangimentos num álbum imenso de soul, que vem apresentar esta sexta, em Lisboa, no festival Super Bock em Stock. No momento exacto.
Há oito anos, quando despontou, percebia-se que o inglês Michael Kiwanuka, 32 anos, tinha tudo para dar certo. Era capaz de percorrer várias avenidas (soul, folk, funk, dub, jazz) sem perder o rumo e a exigência. As canções tinham preocupações espirituais, na linha clássica da música afro-americana, impondo também pontos de vista politizados ou interrogações identitárias, em parte provocadas pelo facto de os pais terem provindo do Uganda. E do som, ao imaginário projectado, situava-nos numa linhagem onde a memória da música negra estava presente, sem que isso afogasse a vontade de perseguir as pulsações do presente.
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