Só Alemanha, França e Espanha acompanham Portugal
Selecção nacional soma 11.ª participação consecutiva em grandes torneios internacionais, num registo impressionante iniciado em 2000.
Na Europa, só as poderosíssimas Alemanha, França e Espanha conseguem acompanhar o ritmo de Portugal nas presenças em fases finais de grandes competições internacionais. Entre campeonatos europeus e mundiais, a selecção nacional soma a 11.ª participação consecutiva, confirmando que o futebol português continua a viver um período incomparável no seu historial.
O contraste com o passado é total. Até às vésperas do século XXI, a equipa portuguesa tinha-se apenas qualificado para quatro grandes torneios. A estreia só chegou no Mundial de 1966, mas foi em grande estilo. Terminou no terceiro lugar do pódio, que é ainda hoje o seu melhor desempenho de sempre na prova global. Depois desta fase final disputada em Inglaterra, teve de esperar duas décadas para voltar a um Mundial, numa presença bem menos comemorativa no México em 1986.
Em termos de Europeus, estreou-se em 1984, também com grande sucesso, numa fase final disputada em França, onde alcançou as meias-finais, eliminada pelo país anfitrião, liderado por Michel Platini. Serviria fria a vingança, 32 anos depois, com a conquista do Euro 2016, em Paris. Voltaria a um Euro em 1996, numa competição que teve a Inglaterra como anfitriã.
Nas duas últimas décadas, estas esporádicas aparições, transformaram-se numa rotina só ao alcance das grandes nações do futebol mundial. Com maior ou menor dificuldade, o selecionador nacional foi ultrapassando as sucessivas fases de apuramento, ainda que tenha sido obrigada, em três ocasiões, a entrar pela porta das traseiras do play-off de acesso. Assim selou a passagem de acesso aos Mundiais de 2010 e 2014 e Europeu de 2012.
Tem sido na prova continental que Portugal registou os maiores sucessos. Em 2004, numa fase final em que dispensou a qualificação pela condição de anfitrião, terminou na segunda posição, após uma final traumática no Estádio da Luz, em Lisboa, onde perdeu o jogo decisivo com a Grécia. Mas em 2016 daria um passo em frente, conquistando mesmo o certame.
Nas sete presenças que soma no torneio europeu, Portugal só não atingiu as semi-finais em 1996 e 2008, caindo em ambas as ocasiões nos quartos-de-final. Já nos Mundiais, o melhor que conseguiu, depois do sucesso de 1966, foi alcançar as meias-finais na Alemanha, em 2006, encerrando a participação com o quarto lugar. De resto, as restantes cinco participações não foram propriamente felizes: ficou-se pela fase de grupos em 1986, 2002 e 2014 e, quando ultrapassou este estágio, caiu logo nos oitavos-de-final em 2010 e 2018.
Em termos de qualificações, as últimas 11 participações raramente se traduziram num passeio para as cores nacionais. Só por duas ocasiões carimbou a passagem à fase final com distinção. No apuramento para o Mundial de 2006, venceu o seu agrupamento com sete pontos de vantagem para o segundo classificado, a Eslováquia; a mesma vantagem com que encerrou as contas da qualificação para o Euro 2016, agora sobre a Albânia.
Em outras duas ocasiões a selecção nacional também terminou em primeiro, na corrida para o recente Mundial de 2018 e para o Mundial de 2002, mas em igualdade pontual com a selecção que ficaria em segundo, a Suíça e a República da Irlanda, respectivamente. Nas restantes, nos Europeus de 2000, 2008, 2012 e 2020 – em 2004 ficou automaticamente apurado por ser anfitrião - e nos Mundiais de 2010 e 2014 terminou sempre na segunda posição, sendo obrigada a disputar em três destas ocasiões os já referidos play-off.
E o que podem indiciar estes registos? Pode ser coincidência, mas sempre que Portugal terminou isolado na primeira posição as suas qualificações protagonizou grandes presenças em fases finais: quarto lugar no Mundial 2006; campeão europeu em 2016. Uma lógica que se estendeu também às participações no século XX com o terceiro lugar no Mundial de 1966; meias-finais do Europeu de 1984 e os quartos-de-final do Euro 1996.