José Cid recebe Grammy de Excelência Musical em cerimónia nos EUA
José Cid é o segundo português a ser distinguido com o Grammy Latino de Excelência Musical. O primeiro foi Carlos do Carmo, que se despediu dos palcos com o concerto de dia 9, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
O músico português José Cid recebe esta quarta-feira, numa cerimónia em Las Vegas, nos Estados Unidos da América, um Grammy de Excelência Musical, da Academia Latina de Gravação, cuja atribuição foi anunciada em Agosto. O Grammy de Excelência Musical é atribuído “a artistas que fizeram contribuições de significado artístico excepcional para a música latina”, de acordo com informação disponível no site da Academia. Além de José Cid, também Eva Ayllón, Joan Baez, Lupita D'Alessio, Hugo Fattoruso, Pimpinela, Omara Portuondo e José Luis Rodríguez “El Puma” vão receber o galardão.
Em Agosto, quando a Academia Latina de Gravação anunciou que José Cid iria receber o prémio, o músico disse ao PÚBLICO: “Fiquei a saber [da distinção] através de uma chamada directa de Miami e pensei que fosse para os Apanhados. Falei com um senhor que falava castelhano que disse que eu ia ser nomeado e que havia uma enorme probabilidade de vencer este prémio de consagração, de carreira e de excelência musical.”
José Albano Salter Cid Ferreira Tavares torna-se assim no segundo português a receber o Grammy Latino de Excelência Musical — o Lifetime Achievement Award. Carlos do Carmo, que se despediu dos palcos com o concerto de 9 de Novembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, foi o primeiro português a ser distinguido com este prémio da Latin Recording Academy (em 2014).
“O mais interessante é que o que está em causa é o pop-rock português. Temos artistas muito talentosos que também podiam ter sido nomeados como o Luís Represas, Rui Veloso, João Pedro Pais, Rui Reininho, o Paulo Gonzo, a Mafalda Veiga, que tem uma obra poética incrível, toda esta gente tem uma obra que podia ser nomeada — mas fui eu”, acrescentou o autor de temas como Monstros Sagrados, do Quarteto 1111, ou Como o Macaco Gosta de Banana, numa entrevista ao PÚBLICO em Agosto. À Lusa, José Cid refere a distinção como "corolário de muitos anos de trabalho, teimosia e persistência”, lamentando que as grandes editoras não apostem mais em Portugal.
Para José Cid, o reconhecimento internacional surge a par do reconhecimento nacional, que é “tão bom ou melhor” do que os galardões além-fronteiras. Ainda ao PÚBLICO, dizia em Agosto estar “cheio de trabalho e com concertos ao vivo do norte ao sul do país": “Tem sido brutal, ninguém sai de lá em duas horas e meia. Sinto-me saudável aos 77 anos, sempre pratiquei muito desporto, apesar de não ser bom em nada, nunca fumei, não bebo, tenho uma mulher [a artista Gabriela Carrascalão] que me cozinha pratos com muitos legumes. Levo uma vida muito saudável que me permite levar uma boa vida.”
Na página oficial da Academia Latina de Gravação é referido, num pequeno texto dedicado ao músico português, que José Cid “adaptou-se sem esforço a influência da música popular anglo ao estilo original do pop rock português”.