O que dizem os seus olhos? Moçambique na encruzilhada das urnas
As eleições gerais moçambicanas ficaram marcadas pelo assassínio de um observador eleitoral, morto a tiro por agentes da polícia, e uma vitória esmagadora da Frelimo, o partido no poder desde 1975. As “eleições mais observadas” de sempre, segundo o presidente Nyusi, levantaram muitos problemas à observação e terminaram com o painel de alertas completamente aceso.
Na sala de estar da família de Anastácio Matavel, no bairro 11, em Xai-Xai, província de Gaza, o retrato do activista em cima de uma estante fixa a tristeza desde o seu posto alto de observação. A viúva está sentada no chão, junto de outras duas mulheres. Tem a mágoa impressa no rosto e o corpo marcado de luto. O observador eleitoral, fundador do Fórum das Organizações Não Governamentais de Gaza (FONGA) e membro da plataforma de observação eleitoral conjunta Sala da Paz foi assassinado a tiro por agentes das forças especiais da polícia uma semana antes das eleições em Moçambique.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.