PCP e BE saúdam libertação de Lula da Silva
Partidos de esquerda reagiram favoravelmente a decisão do Supremo Tribunal Federal. Comunistas consideram que Lula tinha sido “injustamente preso”, enquanto bloquistas afirmam que decisão comprova “perseguição política”.
O Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE) saudaram esta sexta-feira a libertação do ex-presidente do Brasil Lula da Silva.
Para os comunistas, a libertação do antigo Presidente foi uma “uma vitória contra a injustiça” num “processo eminentemente político”. Num comunicado enviado às redacções, o partido manifesta “satisfação pela libertação” de Lula da Silva, “injustamente preso desde Abril de 2018”.
Na visão do PCP, o líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) foi alvo de “um processo eminentemente político, parte integrante do golpe de Estado institucional que conduziu à destituição da legítima presidente Dilma Rousseff e ao impedimento de Lula da Silva de concorrer às eleições presidenciais”.
“O PCP saúda Lula da Silva e todas as forças democráticas brasileiras que, tendo alcançado agora uma importante vitória, prosseguem a luta pela reposição da justiça e em defesa da liberdade e da democracia, com a exigência do fim da perseguição política ao ex-presidente do Brasil”, lê-se no texto.
O PCP afirma também que a libertação de Lula é “um sério revés na estratégia golpista e no plano antidemocrático, anti-social e antipatriótico das forças reaccionárias brasileiras e do imperialismo”, ao mesmo tempo que constitui “um estímulo à luta das forças progressistas, democráticas e patrióticas do Brasil”.
Decisão judicial prova “perseguição política”, diz BE
À semelhança do PCP, também o Bloco de Esquerda (BE) elogiou a libertação de Lula da Silva, classificando a decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil como um “acto de justiça e democracia que deve ser saudado internacionalmente por todos os democratas”. Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, o partido considera que o antigo presidente brasileiro foi vítima de uma “condenação arbitrária, à revelia dos direitos básicos de qualquer Estado de Direito”, considerando que existiu uma “violação sistemática” do direito de presunção à inocência durante o processo que culminou na detenção de Lula da Silva.
Esta decisão judicial serve para comprovar que a detenção de Lula se resumiu a uma “perseguição política”, dizem os bloquistas, relembrando a posição que o partido sempre assumiu durante o processo: “O Bloco de Esquerda empenhou-se desde início em todas mobilizações internacionais de denúncia e reivindicação pela liberdade de Lula da Silva. Na expectativa de que o Brasil garanta o estrito cumprimento do Estado de Direito, saudamos o ex-Presidente do Brasil, o seu partido, o PT, bem como todas as forças que se uniram contra a prisão de Lula e todo o povo brasileiro por este acto de justiça.”
O histórico líder do PT foi preso após ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), num processo sobre a posse de um apartamento, que os procuradores alegam ter-lhe sido dado como suborno em troca de vantagens em contratos com a estatal petrolífera Petrobras pela construtora OAS.