Apoiantes de Montenegro querem que todos os militantes possam votar
Proposta de alteração ao regulamento das directas foi apresentada por Almeida Henriques.
Almeida Henriques, presidente da câmara de Viseu e apoiante de Luís Montenegro, avançou com a proposta de permitir que todos os militantes do PSD possam votar nas próximas directas mesmo que não tenham as quotas pagas.
A proposta de alteração ao regulamento da eleição do líder do PSD foi colocada em cima da mesa na reunião do conselho nacional do partido, que decorre à porta fechada em Bragança.
O documento a que o PÚBLICO teve acesso prevê que nas eleições internas “só podem participar os militantes que estejam inscritos, respectivamente, há pelo menos seis meses (para eleger) ou um ano (para serem elegíveis).” Esta solução pretende substituir o teor do artigo que consta no regulamento proposto pela direcção de Rui Rio – e que será votado esta noite – e que prevê que os militantes só possam votar nas directas se tiverem as quotas em dia até ao próximo dia 22 de Dezembro.
Os apoiantes de Luís Montenegro sustentam que a eleição do presidente do PSD, de acordo com os estatutos, é por “sufrágio, directo e secreto nos termos de regulamento aprovado pelo conselho nacional”.
A proposta sustenta que “as regras do sufrágio universal, directo e secreto significam o pleno exercício do direito de voto pelos militantes do PSD, que não pode ser esbulhado em função de certos factores (sexo, raça, habilitações literárias, condição socioeconómica, pagamento ou não pagamento de quotas)”.
Os subscritores da proposta querem levar esta alteração a votação.
O próprio Rui Rio admitiu que há militantes com dificuldades em pagar as quotas. Esta sexta-feira, o PSD disponibilizou no seu site um documento e um vídeo explicativos sobre o que fazer para obter a referência multibanco para pagar a quota.
Depois da abertura dos trabalhos do conselho nacional, o presidente da câmara de Bragança, Hernâni Carvalho, que é apoiante de Luís Montenegro, publicou uma nota nas redes sociais onde dá conta do seu desagrado por não ter sido informado por dirigentes do partido sobre o local da reunião e por não lhe ter sido dada a oportunidade de dirigir algumas palavras aos conselheiros nacionais.