Mário Machado suspende actividade do Nova Ordem Social
Líder do movimento de extrema-direita diz não ter encontrado ninguém disponível para o substituir na liderança do NOS.
Mário Machado suspendeu nesta segunda-feira a actividade do partido Nova Ordem Social (NOS) por não encontrar “alguém que esteja disponível” para o “substituir a liderança”.
Ao fim de cinco anos de liderança, Mário Machado diz que o movimento, que se intitula como sendo de tendência “nacionalista/étnica”, cumpriu os seus objectivos, mas como não encontrou ninguém como vontade de o substituir dá por suspensa actividade do movimento “até que apareça alguém com vontade de liderar”.
“O grupo de pessoas a quem eu dei palco, a quem dei algum protagonismo, até para que pudessem assumir a liderança, não estão disponíveis, por motivos pessoais, ou por acharem, em alguns casos, que não são capazes de assumir essa liderança”, diz Machado num vídeo publicado nesta segunda-feira na Internet.
O até agora líder do NOS diz que vários membros do partido que entende que podiam assumir a liderança, lhe disserem que se ele saísse também abandonavam o partido, perdendo assim “metade dos militantes”, e por isso não lhe resta “outra alternativa” que não seja suspender a actividade.
Por outro lado, afirma compreender que ninguém queira assumir a liderança por diversas razões e porque “é muito difícil ser líder de uma organização que se diz nacionalista/étnica”. Acrescenta ainda que “a porta se mantém aberta para alguém ou grupo de pessoas que queira assumir a liderança desde que o núcleo duro do partido entenda que segue a sua ideologia”.
Mário Machado faz também uma referência ao Chega de André Ventura, afirmando que “apareceu um partido novo que, apesar não ter a mesma linha ideológica do NOS e grande parte das suas ideias”, foi um autêntico dizimador de um partido que já existia”, o Partido Nacional Renovador (PNR); e que, “a bem ou a mal, tem aglomerado grande parte dos nacionalistas portugueses e da direita”. “NOS, o PNR e o Chega a concorrer praticamente na mesma área seria contraproducente. Não faz sentido nenhum”, salientou.
Em 2016, Mário Machado, então líder do grupo hammerskins — uma ala radical e especialmente violenta do movimento skinhead —, foi condenado a dois anos e nove meses de prisão por um crime de extorsão dos quais cumpriu pouco mais de um ano. Antes, tinha sido condenado a dez anos de cadeia por vários crimes, mas só cumpriu 5/6 dessa pena.
No início de 2019, a participação de Mário Machado no programa Você na TV, da TVI, causou grande polémica.
Em Agosto deste ano, o Ministério Público abriu um inquérito para investigar a eventual existência de crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência numa mensagem publicada por Mário Machado.