Gustavo Cardoso: “A desinformação não vem de organizações maléficas como no 007”
As fake news não são resultado apenas da tecnologia, mas de uma cultura de manipulação da opinião pública que recua à Guerra Fria e ao Estado Novo. Os principais autores são cidadãos comuns que encontram nas redes sociais uma plataforma para ampliar a sua voz. Mas nem por isso o fenómeno deve deixar de ser preocupante, alerta o investigador Gustavo Cardoso.
No dia em que o Governo se apresentou no Parlamento para discutir o programa dos próximos quatro anos começou a circular no Twitter uma conta em que o ministro do Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, se apresentava à comunidade desta rede social e fazia as primeiras publicações. Poucos minutos após a sua criação, a conta somava dezenas de seguidores, incluindo vários jornalistas. Só algumas horas depois um membro da equipa de comunicação digital do Governo viria esclarecer que a conta era falsa. Comprovar-se-ia a intenção de manipulação do autor quando, no dia seguinte, a mesma conta se dizia da ministra da Cultura grega. Acabaria por ser eliminada pela equipa de Twitter várias denúncias depois.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.