Anozero: uma bienal que vai do vulnerável ao hipermonumental

Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra é inaugurada neste sábado com o tema A Terceira Margem, mote para convocar periferias e levantar especulações

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Adriano Miranda
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Frame a frame, David Claerbout passou três anos com uma equipa de animadores a redesenhar O Livro da Selva, a produção da Disney de 1967. Despiu-lhe qualquer indício de humanidade e o resultado é The pure necessity, uma animação contemplativa de 50 minutos: os macacos não falam, o urso não dança, Mogli não aparece. Tudo o que a projecção na tela de uma sala escura do mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, mostra são sequências de movimentos de animais reduzidos à sua condição, em que se ouve pelo rumor da selva, num ensaio sobre contra-produtividade. “São apenas macacos, o que não é pouco”, comenta o curador da terceira edição da Anozero - Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, Agnaldo Farias.

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