Vanda, Ventura, Vitalina
Pedro Costa ocupa-se das feridas de guerra:do que nestas mulheres e neste homem sobrevive do trauma das alterações sociais eculturais que Portugal atravessou.
A obra de Pedro Costa sempre se moldou como um jogo de bonecas russas: de um filme para o outro, as histórias e as personagens misturam-se. É como se, no final de cada um destes filmes, houvesse uma força para fazer um próximo: para chegar, cada vez mais, perto de alguma coisa. Faltar-nos-ão sempre palavras para perceber qual foi, é ou será esse limite final. Em certo sentido, este contínuo entre filmes demonstra como estas são histórias de fantasmas e espectros que inundam um imaginário denso, algures entre a história de um país e o mais profundo estranhamento do ser-se “humano”. Estes fantasmas, simulacros de um real (as Fontainhas, ou outro qualquer lugar), são caracterizados por três pessoas, personagens-chave deste cinema: Vanda, Ventura, Vitalina.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.