Boavista entrou decidido, resistiu e liquidou o Sp. Braga

De regresso às vitórias e aos lugares com vista europeia, os “axadrezados” prosseguem intocáveis à custa de um “guerreiro” complacente.

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LUSA/JOSÉ COELHO

O Boavista marcou cedo, com Rafael Costa a corresponder de cabeça a excelente cruzamento de Carraça, enquanto a defesa do Sp. Braga era atraída para a armadilha da movimentação de Sauer e Heriberto. O mote estava dado, mas foi preciso esperar pela compensação para encerrar um capítulo marcado pela generosidade dos minhotos, que somaram a quarta derrota na Liga (2-0) e estão quatro pontos atrás dos “axadrezados”. 

Sem Bruno Viana, na defesa, por troca com Wallace, mas sobretudo sem Galeno, André Horta e Paulinho, titulares no jogo com o Santa Clara, Sá Pinto confiava a missão, no Estádio do Bessa, a Rui Fonte, João Novais e Fransérgio: trio que tratou de construir os lances mais relevantes, com destaque para o brasileiro, a dispor da melhor ocasião de golo da primeira parte, já perto dos 30’. Novais isolou Fransérgio, mas o médio não conseguiu iludir Bracali, obrigando os minhotos a exporem-se ao risco, que só não foi fatal porque Obiora e Yusupha falharam na finalização. 

Ao Sp. Braga competia desbravar caminhos para a baliza de Bracali, tarefa dificultada pelo dispositivo “axadrezado”, numa estratégia de ceder a iniciativa para depois explorar as transições. Os minhotos assumiam, sem hesitar, o comando, mas Sá Pinto também não arriscava tudo, esperando pelo intervalo para se decidir por uma estratégia mais assertiva. 

Apesar de tardia, a entrada de Galeno e Paulinho, a pouco mais de 30 minutos do final, expressava claramente a intenção de sitiar o Boavista, cujo instinto de sobrevivência ia permitindo suster as investidas dos “guerreiros”. Sobretudo de Galeno, crucial no assalto final, fruto dos slaloms desconcertantes do “ex-dragão”, autêntico farol em noite de nevoeiro. 

Mas o espírito europeu do Sp. Braga, decalcado para o campeonato após arranque tremido, parecia insuficiente para abater os resistentes do Bessa, a única equipa imbatível na Liga e que, com o passar do tempo, ia reforçando a esperança de regressar às vitórias, após quatro empates. 

Do camarote, Lito Vidigal tomava o pulso acelerado dos minhotos e ripostava com o veneno de Mateus, que poderia ter sido letal na primeira acção, em lance a pedir meças a Galeno e a deixar Carraça desolado por falhar na cara do guarda-redes brasileiro. Inconformado, o angolano acabaria por encarregar-se, na sequência de um lance conduzido de costa a costa por Fabiano — que arrancou da área “axadrezada” para entregar ao avançado a chave da vitória —, de escrever o capítulo final. Com classe, Mateus liquidou a esperança bracarense de evitar a derrota e ultrapassar o Boavista na tabela.

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