Bulgária punida com um jogo à porta fechada por racismo de adeptos
A UEFA acabou por ter a mão leve, pois o castigo podia ter sido bem mais forte.
A Bulgária foi punida com um jogo à porta fechada pelos cânticos racistas e saudações nazis na recepção à Inglaterra, a cumprir na qualificação para o Euro 2020 de futebol, anunciou nesta terça-feira a UEFA.
O Comité Disciplinar da UEFA acrescentou ao castigo um jogo com pena suspensa e aplicou à federação búlgara uma multa de 85.000 euros, por cânticos racistas entoados no jogo com a Inglaterra, em Sófia, e perturbações dos seus adeptos durante os hinos.
Esta decisão da UEFA acabou por ser a menos má para a Bulgária, que incorria num castigo que podia ditar o seu afastamento da fase de qualificação para o Euro 2020. O próximo jogo em casa da Bulgária será contra a República Checa, em 17 de Novembro.
O jogo entre as selecções da Bulgária e de Inglaterra, em 14 de Outubro, foi interrompido pelo árbitro na sequência de insultos racistas provenientes das bancadas contra alguns jogadores ingleses negros, tendo Tyrone Mings, Marcus Rashford e Raheem Sterling sido dos mais visados.
Seguindo os regulamentos da UEFA, o árbitro fez um anúncio através do sistema sonoro do estádio, exigindo aos adeptos que parassem com o comportamento racista, numa altura em que estavam decorridos cerca de 30 minutos, tendo ainda uma longa conversa com os dirigentes das duas selecções no final primeiro período.
O estádio Vassil-Levski, no qual foi disputado o jogo, que Inglaterra venceu por 6-0 - a pior derrota em casa da Bulgária -, já estava debaixo de uma sanção da UEFA, uma vez que uma tribuna de 5000 lugares se encontrava fechada, devido a incidentes racistas durante o jogo com o Kosovo, em Junho.
Ainda antes do jogo, vários jogadores da selecção inglesa falaram entre si sobre que decisão adoptar caso ocorressem insultos racistas, tendo alguns, como o avançado do Chelsea Tammy Abraham, chegado a sugerir o abandono do jogo, mesmo não estando previsto no protocolo da UEFA.
O incidente motivou a demissão do presidente da federação búlgara, Borislav Mihaylov (ex-Belenenses), que tinha sido exigida pelo governo daquele país, e levou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a condenar os actos de “racismo ignóbil” e a pedir uma “acção forte e rápida da UEFA”.
O treinador Krasimir Balakov, antigo jogador do Sporting, também deixou o cargo de seleccionador da Bulgária, quatro dias após a recepção à Inglaterra.