Prisão preventiva para funcionária da TAP suspeita de tráfico de seres humanos
Mulher foi detida pelo SEF à saída de um voo de Luanda, onde trabalha, acompanhada de duas mulheres e duas crianças sem documentos.
A funcionária da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) que foi detida pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) este sábado no aeroporto de Lisboa, por suspeita de tráfico de seres humanos e auxílio à emigração ilegal, vai ficar a aguardar a investigação em prisão preventiva. A informação foi avançada ao PÚBLICO por fonte oficial do SEF, que explicou ter sido esta a medida de coacção aplicada pelo juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que ouviu a arguida.
A funcionária que, segundo uma nota divulgada pelo SEF, tem 31 anos e é de nacionalidade estrangeira, vinha num voo da TAP proveniente de Luanda, com paragem em Lisboa, tendo como destino final a cidade marroquina de Casablanca. Estava acompanhada por duas cidadãs angolanas, de 27 e de 31 anos, e de dois menores, de um e sete anos, todos estrangeiros. Estas quatro pessoas foram detectadas na aérea internacional do aeroporto pelos inspectores do SEF sem qualquer documento de identificação.
“Quando questionadas sobre os seus documentos, afirmaram não tê-los em sua posse e que estariam com uma outra mulher, que identificaram, na altura, como sendo a cidadã agora detida”, explica o comunicado. Após a análise de risco da situação e face ao modus operandi, o caso foi encaminhado para a equipa de combate ao tráfico de seres humanos.
As duas mulheres e as duas crianças foram levadas para o centro de instalação temporário do SEF, no aeroporto de Lisboa, onde se encontram. Segundo fonte oficial do SEF, as duas angolanas vão ser ouvidas esta terça-feira no tribunal, podendo vir a ser-lhes aplicado o estatuto de vítimas de tráfico de seres humanos. As crianças vão ser sujeitas a testes de ADN para comprovar se possuem uma relação de parentesco com as duas mulheres.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte oficial da TAP confirmou que uma “funcionária da companhia com funções nos escritórios da empresa, em Luanda, foi detida”. A transportadora garante que “está a colaborar na investigação, como sempre faz”.